Dos 5 a 15% dos casos onde podem ser verificadas a origem da dor, são onde se requer maior atenção e cuidado médico, pois podem determinar a presença de hérnia de disco com compressão radicular, estenose (estreitamento) do canal medular, espondilólise, fraturas ou tumores, entre as causas mais comuns.
Entendendo a Coluna
A coluna é formada por um conjunto de 33 vértebras separadas uma das outras pelos discos intervertebrais, que têm a função de amortecer o impacto e permitir movimentos entre as vértebras.
Ao mesmo tempo em que a coluna precisa ser movimentada em toda direção possível, de acordo com seu limite (flexão, extensão, lateralização e rotação do tronco), ela precisa ser capaz de prover estabilidade – fundamental para fornecer uma boa base de apoio para os movimentos dos braços e pernas.
Por isso, fraquezas, desequilíbrios e encurtamentos musculares com restrição da mobilidade, comuns em virtude de posturas viciosas no trabalho ou em atividades do dia a dia, comprometem a postura do indivíduo e a capacidade da coluna em cumprir sua função de movimento e estabilidade.
Quando os músculos não estão fortalecidos, a coluna fica sobrecarregada e pode gerar dor, mesmo em indivíduos com discos, cartilagens e vértebras completamente normais, o que significa que em um exame de imagem, pode não ser encontrado nenhum achado clínico.
O contrário também pode ocorrer. Imagine um paciente com o fortalecimento muscular adequado ao redor da coluna. Ele pode se sentir surpreendentemente bem, apesar de alterações significativas nos exames de imagem. Os músculos auxiliam na força necessária para o equilíbrio e movimento do corpo, além de proteger a coluna.
Avaliação da Dor nas Costas
Como mencionado anteriormente, na grande maioria, a lombalgia tem causas inespecíficas.
Entretanto, o especialista em coluna deve estar alerta para certos sinais ou sintomas que podem sugerir um problema mais grave na avaliação da dor nas costas:
História de trauma;
Febre;
Incontinência urinária;
Perda de peso inexplicável;
História de câncer;
Uso prolongado de corticoides;
Abuso de drogas parenterais;
Dor intensa e localizada com incapacidade de ficar em uma posição confortável;
Sinais de déficit neurológico (irritação neural com testes específicos, perda da sensibilidade ou movimento).Nestas condições, os exames de imagem são mandatórios e contribuem para o diagnóstico. Também são recomendados quando a dor persiste além de 30 dias, apesar do tratamento adequadamente instituído ou para pacientes com visitas prévias nos últimos 30 dias a atendimento médico em decorrência da lombalgia.
Conheça os Diferentes Tratamentos para a Dor nas Costas
Para a dor nas costas onde se consiga especificar a causa de sua origem, segue de acordo com o tratamento mais adequado a ela.
Felizmente, no tratamento da lombalgia aguda (ocasional, repentina), a maioria dos pacientes necessita apenas de tratamento para alívio dos sintomas. Apenas 2 a 7% dos pacientes evoluirão para sua forma crônica (constante e de intensidade variada).
A lombalgia crônica é definida como aquela que persiste por mais de três meses. Nestes casos, além de tratar a dor, é preciso que se investigue e atue sobre a causa dela.
O tratamento convencional inclui:
Repouso Relativo
Movimentar a coluna dentro do limite tolerável leva a uma recuperação mais rápida do que repouso completo na cama – o edema e o espasmo muscular tendem a piorar, dificultando a recuperação da dor.
A movimentação permite a troca de fluidos nos discos intervertebrais e mantém seu funcionamento, lembrando que a movimentação não deve ser excessiva a ponto de piorar a dor. Quando isso acontece, o corpo reage aumentando o espasmo da musculatura e gerando mais inibição neuromuscular.
MedicamentosMedicamentos comumente usados para a dor nas costas incluem analgésicos, anti-inflamatórios e, eventualmente, relaxantes musculares.
Fica um alerta para o paciente não se automedicar, além da possibilidade de camuflar um sintoma mais grave, a escolha do medicamento deve ser avaliada pelo médico ortopedista especialista em coluna e individualizado de acordo com cada quadro, levando em consideração a dor de cada um e os possíveis efeitos colaterais de cada droga.
Terapias Não Medicamentosas
Diversos métodos são indicados para o alívio da dor e do espasmo muscular na lombalgia aguda. Isso inclui:
Terapias manipulativas (massagem, quiropraxia, fisioterapia manipulativa);
Acupuntura;
Agulhamento a seco;
Injeção dos pontos-gatilhos;
Laser de alta potência ou Terapia por Onda de Choque.É muito comum recomendar o fortalecimento muscular para o paciente com lombalgia. De fato, este é o método mais efetivo de tratamento a longo prazo.
A questão é que muitos pacientes não conseguem realizar o exercício devido à dor. Assim, o exercício deve ser feito na forma e intensidade certas e, sobretudo, no momento correto.
Embora seja indicado que o paciente se mantenha ativo, não é recomendável que o paciente se desafie a ultrapassar limites enfrentando a dor. Isso irá provocar inibição muscular e, ao invés de fortalecer, a musculatura pode se tornar ainda mais frágil.
O médico deverá acompanhar a evolução do paciente e avaliar as condições para que haja o melhor aproveitamento nos resultados da atividade física, aliando os benefícios da medicina e exercício.
O paciente também pode ficar atento a outros cuidados que devem fazer parte do tratamento:
Perda de peso: quanto menor o peso corporal, menor o esforço dispendido sobre as articulações da coluna, o que justifica uma melhora dos sintomas;
Qualidade de sono: noites mal dormidas dificultam o relaxamento do corpo, deixando a musculatura tensa e dolorosa. Além disso, a sonolência durante o dia, deixa o paciente mais sensível à dor;
Suporte psicossocial: os pacientes podem apresentar ansiedade excessiva em relação ao tratamento, assim como sentirem-se desanimados em relação à melhora, devido ao tempo que tiveram que lidar com as dores nas costas;
Tratamento de outras articulações: qualquer limitação em outras articulações como pés, tornozelos e joelhos podem ser compensadas na coluna, levando à sobrecarga e dor.As dores nas costas podem ser contornadas incorporando hábitos saudáveis e visitas ao médico. A cirurgia é considerada exceção, sendo recomendada apenas quando o tratamento convencional não foi suficiente e para situações específicas, que também serão avaliadas pelo especialista em coluna.
Fonte: Assessoria de Imprensa
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