Tudo começou com fortes dores nas pernas e os dedos das mãos inchados. Passava por vários médicos sem ter um diagnóstico preciso. Até que fiquei quase sem conseguir levantar da cama. Eu com 15 anos, estava muito assustada com o que estava acontecendo. Até que um médico pediu o tão esperado exame específico e deu reagente. Era artrite reumatoide juvenil. A partir desse momento, sempre tive acompanhamento médico, porém precisei trocar algumas vezes e, como eu não apresentava nenhum histórico do tratamento, sempre recomeçavam do zero, o que prejudicou aumentou a gravidade da doença. Meu organismo criou uma certa resistência com os medicamentos.
Hoje, com 29 anos estou em acompanhamento com a mesma reumato a +/- 7 anos. Já fiz uso de quase todos os tratamentos disponíveis pela Anvisa mas não apresento melhoras. Estou sendo acompanhada por dois reumatologistas e um ortopedista, fazendo uso de medicamentos biológicos, esperando obter resultados. Nesse período sempre trabalhei, mesmo com dores, oferecia o melhor de mim, não gostava de pegar atestado. faltar serviço ou chegar atrasada era um martírio para mim.
Muitas vezes fui trabalhar sem conseguir pentear os cabelos, ia chorando no caminho. Chegava no portão, enxugava as lágrimas e dava o meu melhor. Hoje já não consigo mais, apresento atrofia nos tornozelos e nos punhos, dói muito e todos os dias. Estou a espera para cirurgia de correção de metatarsos, tornozelos e punhos, porém como a AR esta sempre em atividade não posso realizar. A dor emocional também é grande, me sinto uma incapaz quando acordo a noite e não consigo puxar o edredom para me cobrir, ter que ficar o tempo todo pedindo ajuda para alguém abrir uma tampa de garrafa é horrível, não conseguir abrir o chuveiro me dá um desespero. Enfim, são coisas simples que só quem tem artrite sabe a falta que faz não realizá- las.
Tem dias que não são tão ruins, consigo sair de casa e realizar algumas atividades, outros dias não consigo levantar da cama, e assim vamos levando a vida. E ainda encontramos aquelas pessoas desalmadas que dizem que é preguiça, drama e falsidade. Aparentemente estou bem, as deformidades não são visíveis, o ser humano não consegue ver a dor do outro se não estiver aparente e isso dificulta a convivência. Hoje só sonho com uma vida sem dor, onde poderei correr pelo parque, fazer estrelinha na grama e pular bem alto. Mesmo já tendo pensando várias vezes em desistir de tudo, continuo na luta esperando encontrar o biológico que vai me trazer a tão sonhada remissão. Espero que esse dia não demore, porque essa vida cansa, e cansa muito.
Me chamo Cristiele Braga, tenho 29 anos convivo com a ARJ há 14 anos, sou professora, moro em Rondonópolis – MT.
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