Segundo nossos queridos colegas gastroenterologistas o intestino é o centro do universo. Sejamos condescendentes com eles, afinal precisamos lidar primeiro com os terraplanistas.
Mas a ideia é plausível e reside no fato de que por intermédio desse órgão, mais precisamente pelos 300m2 de sua superfície mucosa, que nós temos contato com o mundo externo e todos os seus antígenos. Sendo bem possível que da relação potencialmente explosiva entre genes apropriados, aproximadamente 1,5kg de bactérias do microbioma intestinal, o que você come e a maior constelação de células imunes do corpo residentes no intestino (ufa!!) que se dê o “Big Bang” para nossas doenças reumáticas imunomediadas.
Mas se o intestino é centro do universo, o que sai dele não é só lixo espacial e pode se converter em evidências extras. E o reumatologista está sempre atento a todos esses detalhes, afinal pistas de que nosso paciente pode estar com doença inflamatória intestinal (DII) não podem passar desapercebidas.
E talvez o que parecia um verdadeiro buraco negro pode ser na verdade um caso de artrite enteropática (AE). A AE é um membro da super família das espondiloartrites que ocorre em algumas condições que acometem os intestinos como: doença de Cronh (DC), retocolite ulcerativa, doença de Whipple, doença celíaca e em paciente que foram submetidos a cirurgia de by-pass intestinal. Cerca de 60% dos pacientes com diagnóstico de espondiloartrite possuem DII com sintomas silenciosos e até 20% desses podem desenvolver DC em 5 anos.
Alguns sinais que merecem nossa atenção nessa odisseia intergaláctica:
- Mudanças nos hábitos intestinais;
- Eliminar de seu cardápio, de forma consciente ou não, alimentos que costumava comer;
- Sangue nas fezes;
- Perda de peso não explicada;
- Sintomas noturnos;
Anemia, dosagens baixas albumina e de vitaminas B12 e D.
#REPOST @areumatologista
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