As doenças reumáticas, que atingem principalmente as articulações, afetam mais de 12 milhões de brasileiros, segundo o Ministério da Saúde.
Hoje, o caminho para controlar o avanço em quem já tem a doença e garantir a qualidade de vida está relacionado às drogas modificadoras do curso da doença (DMCD), de acordo com o reumatologista José Roberto Provenza, presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia.
Esse foi um dos temas abordados durante a Jornada Rio-São Paulo de Reumatologia realizado de 14 a 16 de março em São Paulo. “Existem as drogas que combatem os sintomas das doenças, que são os analgésicos, os anti-inflamatórios e os corticoides, e as drogas que mudam o curso da doença, capazes de interferir antes que ocorra o processo inflamatório”, explica.
Para o reumatologista, esta é principal inovação na área. Além da importância do tratamento multidisciplinar, que envolve fisioterapeutas, nutricionistas e psiquiatras, uma vez que, gerando dor crônica, as doenças reumáticas acabando levando à depressão, segundo Provenza.
“A intensidade da dor, a limitação que ela causa no dia-a-dia, interferindo na vida social, o bloqueio na mobilidade das articulações e a deformação de pés e mãos, tudo isso acaba desencadeando a depressão. Não é a depressão que leva à dor crônica, mas sim a dor crônica que leva à depressão”, afirma.
As drogas modificadoras do curso da doença (DMCD) inibem a atuação das citocinas, envolvidas no processo inflamatório, impedindo a progressão da doença.
Artrose é a doença reumática mais frequente
Ele ressalta que existem 120 doenças na reumatologia que afetam o aparelho locomotor. A mais comum é a artrose, uma degeneração das cartilagens relacionada ao envelhecimento. “Há um aumento das doenças reumáticas, mas isso está relacionado a um aumento da longevidade da população e um melhor diagnóstico das doenças”, afirma.
As principais doenças reumáticas são a artrite idiopática juvenil e febre reumática na infância e adolescência, a artrite reumatoide entre mulheres de 35 a 45 anos, a artrose a partir dos 60 anos, tanto em homens quanto em mulheres, e a gota, em homens, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia. Nos Estados Unidos, a gota afeta 4% dos homens, ainda de acordo com o órgão.
Lúpus, osteoporose, tendinites, bursites e fibromialgia também são consideradas doenças reumáticas.
Embora tenha havido uma melhora no diagnóstico, o grande desafio das doenças reumáticas ainda é o diagnóstico precoce, de acordo com Provenza. “Quando uma pessoa tem dor articular, não é a prática que ela procure um reumatologista. O atraso no diagnóstico pode prejudicar o tratamento. Dores articulares por um longo período, ou seja, mais do que oito semanas, devem ser investigadas por um reumatologista”, orienta.
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