A doença de Still caracteriza-se por ser um tipo de artrite inflamatória, com manifestação de sintomas como dor e destruição das articulações, febre, erupção cutânea, dor muscular e perda de peso. Em casos mais graves, essa doença pode levar à destruição das articulações devido à inflamação, sendo mais comum nos joelhos e nos pulsos, inflamação do coração e aumento do fluido nos pulmões. Jornal da USP no Ar conversou sobre o assunto com a professora Rosa Maria Pereira, da disciplina de Reumatologia da Faculdade de Medicina (FM) da USP.
De acordo com a professora, é mais comum em crianças, mas pode acontecer em adultos e idosos também. A doença de Still é classificada como uma doença inflamatória autoimune, e suas causas ainda não estão bem estabelecidas. “Em alguns casos, existe uma origem genética, tendo associação com alguns genes, mas isto não é utilizado para fazer diagnóstico. O principal diagnóstico é baseado nos sintomas, exames físicos e por exclusão de outras doenças”, explica Rosa Maria.
Os sinais e sintomas que se manifestam em pessoas com a doença de Still são febre alta, erupção cutânea, dor muscular e das articulações, poliartrite, serosite, inchaço dos gânglios linfáticos, aumento do tamanho do fígado e do baço, diminuição do apetite e perda de peso.
Em crianças, a doença se caracteriza por dor nas juntas ou dor e inflamação nas juntas, mas o típico são picos febris. “A criança tem uma febre alta, entre 39 e 40 graus, junto com uma lesão de pele, uma vermelhidão bem rápida. Ela também pode ter dor de garganta, como se fosse um quadro viral, e perda de peso. Aumento do fígado, do baço e dos gânglios, como se tivesse infecção”, afirma a especialista. Mas o exame de sangue não apresenta uma marca específica como em outras doenças reumatológicas. “Outra característica é a inflamação, com um componente com muita artrite. Nas crianças, é chamada de artrite idiopática juvenil sistêmica.”
Geralmente, o tratamento consiste na administração de medicamentos como anti-inflamatórios não esteroides, prednisona e imunossupressores. “Em um terço dos casos, as crianças evoluem com uma artrite crônica. Em outros, há um surto único de atividade, o monociclo, e depois não existe mais a doença. No outro terço, quando a inflamação vem junto com muita artrite, o tratamento é feito como uma artrite reumatoide até que o paciente pare de tê-la, o que pode persistir por muito tempo.” Por se tratar de uma doença muito particular, o ideal é que a criança seja levada a um reumatologista pediátrico ou reumatologista comum, em vez de ter acompanhamento de pediatra geral.
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