Era uma criança normal como qualquer criança de onze anos, brincava,estudava, corria, dava cambalhotas, pulava corda, aliás amava pular corda e foi justamente aí que descobri a AR. Certo dia pulando corda senti fortes dores nas pernas o que me levou a deixar a brincadeira. No outro dia um trajeto que sempre fazia em 10 minutos, levei 40 para chegar. E foi minha professora de educação física, sempre observadora que viu minha dificuldade e pediu para chamar minha mãe explicando que poderia ser uma doença reumática, orientando minha mãe a procurar um reumatologista.
Desde então começou nossa batalha, o médico, os exames, o diagnóstico. ARJ Artrite Reumatoide Juvenil com todas as letras desde o início fui condenada sem direito a recurso a acabar em uma cadeira de rodas. Idas e vindas a hospitais, cobaia de medicamentos, indicação ao HC Hospital das Clínicas , madrugadas e dias inteiros em ônibus banco de hospital. Calor, sede fome, cansaço, stress,choro, a não aceitação da doença as primeiras deformidades, os aparelhos horríveis para mãos, juntas inchadas e deformadas desde o início.
Vivia escondendo as mãos para que ninguém as notassem. Usei todos os medicamentos do momento, e todos os alternativos que me ensinavam, até óleo do fio do poste na rua, meu pai me fez usar. Bem, desses longos 35 anos eu aprendi a ser mais forte, a agradecer a cada momento, a cada amanhecer e anoitecer, e quanto a viver escondendo-me, isso não mais existe, faço sempre questão de mostrar minhas mãos, pois são muito abençoadas, o que o inimigo tentou tirar, Meu Deus me honrou com dons, que alegram minha vida e muitas outras.
Quanto à cadeira de rodas? Tive que usá-la por algumas vezes , como em 2014 onde com uma queda da própria altura levantei a perna direita ela quebrou e cai, com a queda quebrei a esquerda e ainda o ombro, com um diagnóstico de 3 fraturas severas nos fêmurs e clavícula, fui operada com 15 dias muito difíceis no hospital e uma possível recuperação para voltar a dar os primeiros passos em 6 meses. Pensam que aceitei? Andei com menos de 2 meses e com ordem médica, pois foi muito obediente, e tenho um Deus maravilhoso e fiel. Tentaram me interromper, mas não permiti, e sei que vou muito além, e hoje uso minhas debilitações para ajudar outras pessoas a se reanimarem e voltarem à luta. E o veredito do médico eu vou rejeitando a cada dia, tendo em mente a filosofia de “só por hoje”.
A cada dia o seu próprio mal e o seu próprio bem! Agradeço a Deus e a minha família, meu marido Lapa que sempre esteve ao meu lado há 30 anos, a minha mãe Maria que não olhou para as dificuldades as horas dedicadas a mim desde o início, aos meu filhos Amanda que se tornou adulta desde muito cedo para me ajudar, Guilherme e Melissa os quais não são diferentes. Aos amigos, irmã, irmão, profissionais anjos que Deus colocou em meu caminho. E é isso! SÓ POR HOJE!
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Me chamo Roseney de Lima, tenho 46 anos, convivo com a ARJ há 35 anos, moro em Guarulhos – SP.
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