Nunca me senti preparada para fazer este depoimento. mas vamos lá!
Sentia dores nas costas, nos punhos e ombros e por inúmeras vezes indo em um ortopedista sempre dizia algo como, é LER, ou isso tudo porque você tem uma vértebra a mais, tendinite, ou simplesmente me passava fisioterapia anti-inflamatórios e ir pra casa.
Aos 25 anos sentia dores nas pernas, parecia que cada uma pesava uns 40 quilos, então resolvi passar em uma reumatologista, ao me examinar o olhar dela dizia que sabia o que eu tinha, mas não quis dizer, e disse vamos pesquisar mais baixinha.
Eu que sempre fiz esportes, treinava vôlei quando adolescente, basquete, participava de torneios na escola de handball e futebol, e após adulta fazia pilates e academia, eu nunca parava, estava ali, em uma sala com uma médica que foi e é um anjo na minha vida Dra. Ana Paula Moreira B.Nunes que atende em Osasco próximo a minha casa. Mesmo com tudo que passei, tive essa boa sorte de tê-la tão próximo e sempre tão presente, enfim me pediu vários exames, no primeiro o exame de sangue no fator reumatoide deu positivo, e mesmo assim me pediu mais dois e esses dois deu negativo, será que a primeira clínica falhou?! Talvez!
Foi então em uma cintilografia óssea que deu que tinha inflamação em todas as juntas sendo mais forte nos ombros, coxofemoral e joelhos, sendo assim ela ainda não deu diagnóstico mas me passou remédios para ajudar a aliviar as dores e fazer um acompanhamento, logo após uns 3 meses eu tive uma crise de dor intensa nas pernas de não aguentar ficar em pé e nem sentada pois parecia que tudo ia travar, foi aí que quando entrei na sala dela chorando e me viu daquela maneira com dificuldade no andar e minha mãe meu primeiro anjo da vida me auxiliando, que parecia sentir a minha dor eu via nos olhos dela, ela então disse baixinha vamos começar o tratamento, você tem artrite reumatoide!
Eu tenho o que? Meu mundo pareceu desmoronar eu com 25 anos descobrir uma doença que como todos que não conhecem acham ser de idoso, parecia o fim, e pior não tem cura, ela disse: mas tem tratamento, e começando o tratamento cedo podemos reverter o progresso dessa doença para que você tenha qualidade de vida, e ai começou a tristeza, corticoides, cloroquina, e analgésicos só pra amenizar a dor pois não tirava, e a cada 2 ou 3 meses a crise vinha e com isso tinha que tomar injeções com dose mais forte de corticoide e repouso.
Eu com um corpo que eu amava, engordei 20 quilos com toda a medicação em 3 anos de uso, não conseguia se quer fazer as unhas, e pentear os cabelos ou escovar os dentes sem dor, foi como se todos os dias eu pensasse o que eu fiz para merecer tudo isso.
Tenho dificuldades em subir escadas pois tive derrame articular nos dois joelhos e nos tornozelos e se forço muito da dor, pontadas e mais inchaço. Não posso ao menos correr até o ponto de ônibus. Sair bem vestida de salto e tudo, não mais, no meio desse tratamento tive que fazer um outro para prevenir a tuberculose por 6 meses e assim poder entrar com o medicamento biológico Humira (adalimumabe), hoje após 2 anos de uso e a 4 meses sem hidroxocloroquina, 3 meses sem corticoide, a doutora foi diminuindo aos poucos desde o começo desse ano, me sinto bem somente com a injeção.
Agradeço cada dia da minha vida por seguir sempre em frente, mesmo na dor de todos os dias, acreditar em mim e não deixar que a tristeza tomasse conta e ficasse depressiva, por toda essa mudança e essa aceitação!
Só tenho a dizer que sou uma mulher de sorte tenho uma família amada, pais maravilhosos que sempre estiveram ao meu lado em todos esses momentos, não sei o que seria de mim sem eles, irmãos maravilhosos, uma irmã enfermeira que me deu as primeiras picadas da injeção e me ensinou a aplicar em mim mesma, o que me fez ter mais confiança em tudo. Um noivo que a todos os dias me dizia que eu continuava linda mesmo bochechuda.
Enfim, tomei coragem de fazer este depoimento pois hoje eu vejo o quão difícil foi, o quão difícil ainda é fazer muitas coisas, mas o quanto é gratificante acordar todos os dias e poder agradecer por conseguir ir trabalhar, ir estudar, pois acabei de finalizar uma MBA que ficava sentada por muito tempo em alguns sábados do mês, mas que fui firme até o fim por 2 anos!
Voltei com o pilates a alguns meses atrás, no meu ritmo é claro, e faço RPG para contribuir na boa postura e não prejudicar ainda mais! E vamos viver a vida pois ela tem obstáculos, mas é maravilhoso passar por todos eles e continuar se amando cada dia mais e amar a todos ao seu redor!
Creio na cura… um dia quem sabe! Enquanto isso vamos vivendo e sendo felizes com nossas limitações, mas sem deixar que nos leve o sorriso de cada dia e nem deixar que pessoas que não conhecem, não sabem, ou não acreditam no que você tem, te diminua! Seja maior, seja a força que precisa para enfrentá-los sempre ouvindo o coração!
Não deixe de se cuidar, procure um reumatologista e não tenha medo do diagnóstico, melhor você saber que é uma doença autoimune, que pode acometer pessoas de todas as idades, saber que não tem cura mas tem tratamento, do que ouvir que você tem algo que não tem cura e muito menos tratamento! Vamos agradecer sempre, assim teremos forças de seguir sempre adiante!
Me chamo Karina de Souza França, tenho 29 anos, moro em Osasco -SP, sou bancária, tenho o diagnóstico de artrite reumatoide desde os 25 anos!
“Dor Compartilhada é Dor Diminuída”, conte a sua história e entenda que ao escrever praticamos uma autoterapia e sua história pode ajudar alguém a viver melhor com a doença! É super simples, basta preencher o formulário no link:https://goo.gl/UwaJQ4
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