Pacientes com condições reumatológicas autoimunes têm uma preocupação a mais quando falamos sobre infecções, porque seu corpo está mais vulnerável ao ataque de microrganismos patogênicos, seja pelo descontrole da doença de base, seja pelo tratamento que afeta a ação das defesas do corpo.⠀
Se o uso dos medicamentos imunossupressores coloca os indivíduos com doença reumatológica em risco aumentado ou diminuído de infecção grave por SARS-CoV-2 ainda não sabemos, e nos falta evidência para orientar as decisões de tratamento. Um entendimento geral das características do COVID-19 nesta população é urgentemente necessário para identificar indivíduos de alto risco e informar as diretrizes de gestão durante a pandemia.⠀
Por isso tudo, foi criado o COVID-19 Global Rheumatology Alliance (Aliança Global Reumatológica COVID-19), que representa o compromisso dos reumatologistas para gerar dados rápidos, para ajudar a informar o cuidado de indivíduos com doença reumática e em tratamento com terapias imunossupressoras.⠀
As informações deste banco de dados fornecerão respostas e dados de vida-real onde existem grandes lacunas na literatura, nos informando os possíveis padrões de tratamento para indivíduos diagnosticados com COVID-19, e oferecendo uma melhor compreensão de possíveis fatores de risco associados a resultados graves na população de doenças reumáticas.⠀
Veja abaixo mais informações importantes:
• Dos 110 pacientes incluídos no banco de dados, a maioria era do sexo feminino (72%), a doença de base mais predominànte foi a artrite reumatoide (36%), seguida da artrite psoriásica e do lúpus eritematoso sistêmico (ambos com 17%).
• 63% dos pacientes fazia uso de medicações modificadoras do curso de doença sintéticos (anti-maláricos, azatioprina, ciclofosfamida, ciclosporina, leflunomida, metotrexato, micofenolato mofetil, sulfasalazina e tacrolimus) e 49% fazia uso de imunobiológicos.
• Os três sintomas iniciais mais comuns de COVID-19 nesses pacientes foram: febre (79%), tosse (77%) e falta de ar (50%). 35% dos pacientes foram hospitalizados. As cinco comorbidades mais frequentemente encontradas, foram: hipertensão arterial, doença pulmonar (doença pulmonar obstrutiva, asma, doença intersticial pulmonar ou outra), doença cardiovascular, obesidade mórbida e diabetes.
• Alertas
1) Ainda não há nenhuma evidência comprovando que interromper o imunossupressor tenha efeito protetor contra a infecção COVID-19;
2) o risco de infecção não é igual para todos os imunossupressores.
Mantenha-se em contato com seu médico e não mude seu tratamento ou faça uso de medicações novas sem sua avaliação.⠀
Dra. Tatiana K. Müller | Reumatologista⠀
#REPOST @tatianakm.reumato
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