Diagnosticada com artrite reumatoide juvenil aos 4 anos de idade, Dani Rauen viu no esporte uma forma de tratamento para evitar as atrofias e evolução da doença. Na adolescência, quando passou por uma classificação funcional, impressionou e se desenvolveu rapidamente até chegar à seleção. Em menos de um ano defendendo o país, foi vice-campeã da categoria perdendo para a compatriota Jennyfer Parinos.
A prata não a deixou conformada, e a disputa em Toronto a permitiu dar o troco. Em fase única, em que todas as atletas competem entre si, Danielle venceu a argentina Anília Longhi por 3 a 0 (11/7, 11/2 e 11/6) em apenas 16 minutos e garantiu a medalha de ouro. A trajetória deixa o técnico Paulo Camargo otimista. A Dani perdeu o Parapan na Costa Rica no final de 2013, a Jennyfer ganhou, foi paro mundial, e ela (Dani) não foi. Para ela essa conquista, essa medalha tem um sabor muito especial. Ela realmente bateu na trave lá e agora numa competição grande consegui vencer. É emocionante, e a gente vislumbra bons resultados, talvez mesmo uma medalha em 2016 na categoria 9. Hoje ela é sétima do mundo, a gente quer tentar chegar até quinto em maio, junho, para pegar um chaveamento melhor.
Daqui até as Paralimpíadas, o caminho de Danielle ainda é longo, e o monitoramento de sua saúde precisa ser feito com cuidado. Natural de São Bento do Sul, ela deixa Piracicaba, onde treina com a seleção, para consultar-se com seu médico com frequência em Santa Catarina. A cada três meses realiza uma bateria completa de exames, já que a medicação que ingere aumenta taxas como colesterol e triglicerídeos.
Pelo menos no que diz respeito aos fatores psicológicos, a atleta encara sua condição com serenidade. Apesar da atrofia ter se agravado principalmente nas mãos e nas pernas, ela segue otimista que o esporte a ajudará a manter-se ativa e vitoriosa por mais tempo.
– O tênis de mesa para mim é como se fosse um remédio. Eu não faço fisioterapia, mas estou me movimentando muito todo dia. Com o meu problema, se você ficar parado vai piorando, e com o tênis de mesa eu movimento todos os músculos, me faz melhorar.
Texto adaptado de Globo Esporte
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