A nova droga tem como alvo um peptídeo conhecido como C5a, um componente do “sistema do complemento”, que desempenha papel mediador na dor inflamatória.
Uma nova substância, por enquanto conhecida apenas como DF2593A, apresentou em testes com animais uma capacidade de reduzir em até 80% a dor resultante de quadros inflamatórios agudos e crônicos.
Em modelos de dor neuropática, causada por lesão nos nervos, o índice de redução da dor chegou a 60%.
A pesquisa está sendo conduzida pela equipe do Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias em parceria com o laboratório farmacêutico italiano Dompé.
“Estamos, no momento, realizando os testes toxicológicos e, caso sejam bem-sucedidos, poderemos planejar ensaios clínicos. Nosso objetivo é desenvolver um novo medicamento para dor com menos efeitos adversos que os anti-inflamatórios hoje disponíveis,” disse Thiago Mattar Cunha, professor da Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão Preto (SP).
Dor inflamatória e dor fisiológica
A nova droga tem como alvo um peptídeo conhecido como C5a, um componente do “sistema do complemento”, que desempenha papel mediador na dor inflamatória.
“O sistema do complemento é um conjunto de proteínas plasmáticas que se ativam por meio de uma reação em cascata, isto é, cada componente ativado é capaz de ativar o outro componente do sistema. Isso ocorre durante processos inflamatórios ou infecciosos”, explicou Cunha.
Foram feitos ensaios de farmacocinética, nos quais os pesquisadores observaram que o composto é absorvido por via oral e permanece no plasma sanguíneo por pelo menos 12 horas após a administração.
O passo seguinte foi tratar por via oral diversos modelos animais de inflamação crônica e aguda. A dor neuropática pode ser causada por doenças como diabetes ou efeitos adversos de drogas quimioterápicas. Já as dores inflamatórias crônicas são comuns em quadros de artrite reumatoide e artrose.
“O mais interessante é que o composto foi capaz de bloquear a dor inflamatória sem afetar a dor fisiológica, que é importante para a sobrevivência. Ou seja, a capacidade de resposta a um estímulo doloroso se manteve nos animais não inflamados quando tratados com DF2593A, o que não acontece quando se administra derivados de morfina, por exemplo”, comentou Cunha.
Fonte: Diário da Saúde – Agência Fapesp
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