Nosso sistema imunológico tem papel importante no funcionamento de nosso corpo que vai além da proteção contra doenças infecciosas. É importante na renovação de estruturas de nosso corpo, retirada de células mortas dos tecidos, eliminação de células defeituosas que podem se transformar em tumores, ajuda na produção de substâncias que previnem o envelhecimento precoce dos órgãos, controle do metabolismo e da produção de hormônios.
O sistema imunológico sofre influência direta do estado emocional. Pessoas sob estresse intenso ou prolongado tendem a desenvolver problemas imunológicos com alto risco para evoluir com doenças mais sérias. Isso pode acontecer em todas as idades e precisa ser levado em conta quando problemas de saúde estão persistentes. A dificuldade do paciente para administrar seus níveis de estresse deve ser abordada em toda consulta médica. Quando presente, o paciente pode precisar de apoio psicológico ou até medicamentoso para equilibrar seu estado emocional e imunológico.
Estresse e baixa imunidade na infância e adolescência
Nessa faixa de idade, o sistema imunológico ainda não está totalmente formado ou amadurecido. Altos níveis de estresse, principalmente se prolongado, podem comprometer o sistema imunológico da criança e adolescente predispondo a problemas de imediato ou que vão se manifestar na vida adulta.
Uma das consequências mais precoces é o prejuízo na imunidade, dificultando a produção de anticorpos para combate a doenças infecciosas, levando o jovem a quadros frequentes de sinusite, pneumonias e infecções intestinais.
Estresse e doenças autoimunes
Doenças autoimunes são aquelas em que o sistema imunológico se volta contra o próprio corpo. O estresse é hoje um bem conhecido “gatilho” que desencadeia uma perturbação no sistema imunológico, que passa a agredir determinados órgãos. Na grande maioria dos casos, já existe uma predisposição genética ou hereditária para isso. As doenças autoimunes mais comumente desencadeadas após estresse intenso são o diabetes tipo 1 (onde anticorpos destroem a região do pâncreas que produz insulina), hipotireoidismo (anticorpos atacam a tireoide impedindo a produção de hormônios), artrite reumatoide (anticorpos que destroem articulações), lúpus e esclerose múltipla.
Estresse e imunidade dos idosos
Estudos científicos demonstraram que em idosos sob estresse ocorre um aumento exagerado do hormônio cortisol no sangue. Em excesso, o cortisol estimula a produção de substâncias que produzem uma inflamação em praticamente todos os órgãos, as chamadas citocinas. Citocinas induzem e agravam problemas de saúde como doenças cardiovasculares, neurológicas e reduzem a imunidade.
Em idosos, a baixa imunidade pode reativar infecções antigas que estavam sob controle, mas permaneciam “hibernando”; as mais comuns são herpes zoster e tuberculose.
Estresse também afeta o sistema imunológico levando à destruição dos telomeros, regiões dos cromossomos que impedem o desenvolvimento de doenças como tumores. Alterações nessas regiões estão relacionadas ainda ao ENVELHECIMENTO PRECOCE.
Dr. Tarcísio Narcísio Silva – Médico Endocrinologista e Metabologista – CRM 36.468
Fonte: Portal Correio Centro Oeste.
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