O Conselho Nacional de Saúde (CNS) promoveu, na quarta-feira (23/02), live para debater a vacinação e outras ações contra a Covid-19, como medida de segurança sanitária, durante a volta às aulas presenciais. Em meio ao cenário de negacionismo e fake news, os debatedores afirmaram que muitos pais e mães estão deixando de vacinar crianças e adolescentes.
Com o retorno às aulas ocorrendo na maioria dos municípios brasileiros, o CNS reitera a importância do ciclo vacinal completo para toda a população a partir dos 5 anos de idade, incluindo as doses de reforço, como medida fundamental para diminuir a transmissibilidade da Covid-19 e das internações e mortes por Covid-19 no país.
“A vacinação já está a partir dos 5 anos de idade, e precisamos incentivá-la para crianças de menos idade assim que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar. É importante para diminuirmos internações e óbitos decorrentes da doença”, disse Fernando Pigatto, presidente do CNS.
Ele explicou que no último encontro do Comitê para Acompanhamento à Covid-19, do CNS, especialistas do Observatório para Enfrentamento à Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), alertaram sobre os riscos de manutenção da pandemia caso crianças e adolescentes não se vacinem.
Rozana Barroso, presidenta da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), defendeu que medidas sanitárias sejam protetivas para todas(os) as(os) estudantes, em especial de escolas públicas. Ela lembrou também da evasão escolar, das desigualdades de acesso ao ensino remoto e de outras sequelas que a pandemia gerou para a juventude e para a educação brasileira “Tivemos o menor número de inscritos no Enem em 13 anos. Precisamos correr atrás do prejuízo. Precisamos de um Plano Nacional de Educação em Tempos de Pandemia”, sugeriu.
Luiz Miguel Martins Garcia, presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), afirmou que manter a escola aberta é importante para o bem estar dos estudantes. “Recebemos crianças abaladas emocionalmente, apáticas ou muito elétricas. Temos agora que realizar um trabalho socioemocional. O diálogo da escola com a família é muito importante nesse momento. Precisamos atualizar os protocolos de acordo com a nova variante, realizar campanhas nas prefeituras e secretarias de saúde pelo Brasil”, defendeu.
Heleno Araújo, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), afirmou que o Brasil precisa de todo equipamento e material para incentivar a formação remota quando necessário, para que famílias de baixa renda não deixem de educar seus filhos. “Nós vimos crianças desmaiando por não terem o que comer. Crianças ainda não alfabetizadas, mesmo com 6 ou 7 anos”, lamentou.
Para Francisca Valda, integrante da mesa diretora do CNS e representante da Associação Brasileira de Enfermagem (Aben), “o negacionismo e as fake news impedem avanço da vacinação”. Já Vânia Leite, conselheira nacional de Saúde pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), afirmou que a “falta de uma campanha nacional de esclarecimento coloca em risco a saúde de toda a população”.
Neilton Araújo, conselheiro nacional de Saúde representante do Ministério da Saúde, concordou. “Precisamos de uma campanha massiva do governo. Tínhamos o melhor sistema de imunização do mundo, mas pecamos muito na articulação e manejo no enfrentamento a pandemia”, reconheceu. Ele também enalteceu as boas iniciativas dentro do Ministério da Saúde e do Sistema Único de Saúde (SUS).
O que o CNS pretende fazer este ano?
Mobilizado em reforçar os índices de vacinação contra a Covid-19 no Brasil, em especial para crianças e adolescentes, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) quer unir esforços com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Conselho Nacional de Secretarias Municipais (Conasems) e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) para lançar uma grande campanha nacional de incentivo à vacinação. As reuniões para planejar esse processo já começaram.
Fonte: Ascom CNS.
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