Pacientes com artrite reumatoide estão em maior risco de um ataque cardíaco de surpresa. É o que defende uma nova pesquisa apresentada durante um evento científico da Sociedade Europeia de Cardiologia, realizado em Madri, Espanha, entre 03-05 de maio. O risco é maior, mesmo quando os pacientes não apresentam sintomas da artrite reumatoide e foi independente de fatores de risco cardiovasculares tradicionais, como tabagismo e diabetes.
“Segundo os pesquisadores, um quarto dos pacientes com artrite reumatoide e sem sintomas de doença cardíaca poderia ter um ataque cardíaco sem aviso prévio. A artrite reumatoide afeta 1,6% da população em geral e é a primeira causa de consultas nos serviços de Reumatologia. A condição quase duplica o risco de um ataque cardíaco, mas a maioria dos pacientes não sabe que tem a doença cardíaca e nunca foi alertado sobre seu risco cardiovascular”, afirma o reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti, diretor do Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares (Iredo).
Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores investigaram a presença de isquemia e de infarto secundário à doença aterosclerótica (doença arterial coronariana) em 91 pacientes com artrite reumatoide e com fatores de risco cardiovasculares tradicionais, mas sem sintomas de doença cardíaca. Marcadores inflamatórios, atividade da artrite reumatoide e fatores de risco foram medidos em todos os pacientes. A existência de isquemia e de infarto foi avaliada pelo exame de cardiologia nuclear denominado tomografia computadorizada por emissão de fóton único (SPECT).
Os pesquisadores descobriram que 55% dos pacientes apresentaram dislipidemia (lipídios no sangue), 32% apresentavam hipertensão arterial, 14% eram fumantes e 10% tinham diabetes tipo 2. Quase um quarto (24%) dos pacientes teve um resultado anormal do exame SPECT, indicando isquemia ou infarto. Não houve correlação significativa entre a presença de isquemia ou infarto e a atividade da artrite reumatoide, marcadores inflamatórios ou fatores de risco cardiovascular.
“O estudo mostrou que um quarto dos pacientes com artrite reumatoide e sem sintomas de doença cardíaca têm doença coronariana, como evidenciado pela presença de isquemia miocárdica ou infarto pelo SPECT. Isso significa que eles estão em maior risco de morte cardiovascular”, destaca Sergio Lanzotti.
Conscientizando sobre os riscos
Segundo o reumatologista, a isquemia e o infarto podem ser explicados pela persistência da inflamação sistêmica na artrite reumatoide, que pode causar um processo acelerado de aterosclerose. A descoberta de que não há nenhuma associação entre os resultados do SPECT e os marcadores inflamatórios poderia ser explicada pelo fato de que todos os pacientes estavam em tratamento farmacológico.
Os pacientes do estudo eram 90% mulheres, com 59 anos de idade, em média, e tinham uma frequência semelhante de fatores de risco cardiovasculares como a população em geral. A presença de isquemia ou enfarte foi independente dos fatores de risco cardiovasculares.
“Os resultados ressaltam a importância da realização de testes de diagnóstico em pacientes com artrite reumatoide para ver se eles têm a doença cardiovascular, doença arterial coronariana aterosclerótica especificamente (isquemia ou infarto do miocárdio), mesmo que eles não apresentem sintomas e independentemente de terem ou não fatores de risco cardiovasculares. Isto é essencial para prevenir e reduzir a mortalidade cardiovascular”, orienta o diretor do Iredo.
Os pacientes com artrite reumatoide devem ser informados de que têm uma predisposição à doença cardíaca elevada e precisam de tratamento farmacológico para diminuir o processo inflamatório e as complicações ateroscleróticas “Eles também precisam de orientações sobre a melhor forma de controlar a artrite reumatoide e diminuir os fatores de risco cardiovasculares. Pacientes que tomam corticosteroides e metotrexato para a artrite reumatoide são suscetíveis a níveis elevados de lipídios no plasma e a desenvolver hipertensão arterial, respectivamente, dois fatores de risco cardiovasculares que requerem tratamento preventivo”, afirma o reumatologista.
Fonte: Iredo
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eu descobri que era cardiopata ha 14 anos fiz troca de valva ha 11 anos graças a Deus vivo bem
na medida do possivel, as dores são terrivel e não posso tomar medicamentos biologicos, tomo MTX e os famosos corticoides, pois minha valva é metalica preciso tomar o famoso anticoagulante Marevan ou a vafarina pensse é uma faca de dois gumes, agora a bemdita ar atingiu meu pumão, coitado do meu figado e por ai vai.