A artrite psoriásica é uma doença crônica capaz de causar dor intensa, rigidez e inchaço nas articulações (sobretudo nas extremidades do corpo, como mãos e pés), fadiga e até mesmo incapacidade física. Ela acomete cerca de 800 mil pessoas no Brasil, principalmente portadores de psoríase – mas também pode ocorrer em indivíduos que não possuem essa doença. Quem tem artrite psoriásica relata mais limitações para a realização das mais simples atividades diárias.
Além dos impactos físicos, também são observados efeitos negativos na saúde mental a qualidade de vida dos portadores. Isso porque a sensação de estigmatização resulta em estresse, ansiedade e depressão. Infelizmente a doença não tem cura, mas pode ser controlada com remédios e atividades físicas.
Apesar das opções de tratamento existentes, a verdade é que ainda temos muitas necessidades não atendidas hoje, especialmente no que diz respeito às lesões na pele, doenças associadas, enteses (ou seja, local de ligação dos tecidos moles aos duros, como músculos e ossos) e progressão do quadro.
Sem falar que muitos pacientes não exibem melhoras com os tratamentos à base de DMARDs sintéticos e anti-TNFs – isto é, duas classes de medicamentos normalmente usadas. Por isso, novas opções terapêuticas são necessárias.
E nós, médicos, precisamos contar com novos mecanismos de ação de medicamentos que atuem não somente nas lesões causadas na pele, mas também nas articulações. Além disso, eles devem ter um efeito mais imediato, o que pode ajudar a evitar a progressão da doença.
Uma dessas novas opções é o ixequizumabe, da farmacêutica Eli Lilly. Em estudos clínicos, ele mostrou um rápido início de ação e eficácia na melhora das lesões da pele e nas articulações. Esse medicamento também apresentou superioridade ao adalimumabe, o mais utilizado hoje no controle da doença.
Com esse cenário positivo, nossa esperança é o aumento do acesso a esses medicamentos inovadores. Assim, cada vez mais pacientes poderão usufruir de tratamentos capazes de devolver sua qualidade de vida. Neste momento, inclusive, o ixequizumabe está em consulta pública aberta pelo Ministério da Saúde para avaliar a inclusão do tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS).
Inicialmente, o órgão avaliador recomendou não disponibilizar a nova terapia no sistema público, mas toda a população pode dar sua opinião, dizendo se concorda ou não com a decisão preliminar. A consulta fica aberta até o dia 17 de março. Para participar, basta clicar neste link.
*Dra. Tatiana Karenini Muller, reumatologista responsável pelo Núcleo de Artrite Psoriásica do Hospital Moinhos de Vento e pelo Ambulatório de Artrite Psoriásica do Hospital São Lucas – PUCRS
Fonte: Rede Pioneira
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