Com frequentes dores no punho, sem um diagnóstico fechado e o movimento de uma das mãos cada vez mais limitado, ainda na adolescência, o estudante Augusto Polveiro vislumbrou no estudo da medicina a chance de descobrir e tratar a causa das próprias dores. Aos 19 anos, nesta semana, ele foi aprovado em 1º lugar no vestibular para medicina da Universidade de Brasília (UnB).
Após anos de sofrimento, pulando de médico em médico, o diagnóstico veio quando Polveiro já estava no ensino médio – mas ainda sofria com fortes dores. O resultado: síndrome do túnel do carpo, uma enfermidade que comprime o nervo do punho e leva à dormência das mãos.
A constatação foi de uma médica, que segundo o jovem, pratica o que ele chama de “atendimento humanizado”. Apesar de não ter sido um autodiagnóstico, como Augusto esperava, para ele, ainda assim, o sonho da medicina estava aceso.
Neste ano, após uma rotina intensa, mas “responsável” de estudos, ele prestou o vestibular. Com 479,03 pontos no argumento final, o estudante conquistou a aprovação em medicina. Augusto Polveiro foi o primeiro colocado da UnB no campus Darcy Ribeiro. O resultado foi divulgado na última segunda-feira (17).
Na prova, o estudante alcançou a maior pontuação – 138 pontos – em ciências exatas e naturais, área que concentra a sua disciplina predileta: biologia.
Antes de tentar medicina, o jovem chegou a ser aprovado no curso de física pelo Programa de Avaliação Seriada (PAS). Ele cursou algumas disciplinas, mas abandonou a gradução por não se identificar com a matéria.
“Aprender a estrutura da molécula de uma enzima chamava mais a atenção do que o entendimento do campo elétrico”, brinca.
Morador de Águas Claras, Augusto conciliou o cursinho preparatório com o estudo em casa – sem deixar de lado o tão apreciado piano, tocado nos momentos de descanso e aos fins de semana.
“Eu fazia cursinho pela manhã e à tarde eu estudava em casa no máximo até às oito e meia da noite. No último mês eu estudei muito pouco, por cansaço, mas fiz todos os simulados da UnB”.
Apesar do planejamento, o estudante diz que houve muitos “momentos de desespero” na preparação para a prova. Ainda assim, ele optou por não exagerar na intensidade dos estudos.
Ao G1, Augusto diz que ainda não tem certeza sobre a área da medicina que pretende se especializar. Por enquanto, a neurologia é quem desperta a curiosidade.
O estudante diz que vai aguardar o início das aulas na UnB, a partir do próximo mês, para descobrir para quais especialidades terá mais vocação. No entanto, reforça que gostaria, sim, de aprofundar os estudos sobre a síndrome que o acometeu.
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