Eu fui diagnosticada com artrite reumatoide aos 30 anos quando minha primeira filha tinha apenas dois anos de idade. Ela havia nascido prematura com 36 semanas e 2.260gr e apenas 43 centímetros, Ela era muito pequena, mas mesmo assim eu sentia muitas dores ao pega-la no colo, ao amamentar e trocar, sentia dores nos punhos e mãos e uma dor insuportável nos ombros. Quando eu comentava com as pessoas percebia logo uma cara de desconfiança porque como um bebe tão pequeno pesava tanto. Aos poucos as dores foram andando pelo meu corpo, nos joelhos, nos pés. Sempre consultava o ortopedista pensando que estava crescendo o joanete, mas depois de vários exames de raio-x, não era nada.
Até que um dia meus olhos amanheceram vermelhos e doloridos, marquei com oftalmologista e fui. Ele observou uma pelezinha crescendo na parte branca dos meus olhos com o nome de esclerite, ou inflamação da esclera que se não tratada pode afetar gravemente a visão. Me perguntou se eu sentia dores pelo corpo, e quando eu respondi que sim ele matou a charada. Disse que iria me encaminhar para o reumatologista porque esse era sintoma de alguma doença reumática. Fui na reumatologista e após muitos exames, confirmou artrite reumatoide. A notícia caiu como um balde de água fria. Por causa dessa doença, ou por complicação da mesma, uma tia morreu deixando meu primo com 3 aninhos de idade.
Caí em depressão porque me imaginei na mesma situação, por ouvir que você tem uma doença auto imune, degenerativa, que não tem cura. Mas segui com os tratamentos.
Iniciei com biológico infliximabe, metotrexato, reuquinol e prednisona. Hoje, já há 7 anos sigo rigorosamente a recomendação médica. Tive meu segundo filho e levo uma vida normal. Além dos sintomas, lidar com os efeitos colaterais dos remédios não é nada fácil (gastrite medicamentosa, baixa imunidade, ganho de peso, unhas e cabelos fracos), um dia bem, outro ruim, aprendi a não reclamar porque sempre terá alguém pior que eu. E também aprendi a lidar com a desconfiança das pessoas, sempre ouvia ” você é tão nova para sentir tantas dores”, aprendi a me calar, aprendi a disfarçar a dor. Apenas eu e Deus sabemos.
Confio em Deus e espero ansiosa pelo tempo em que as minhas dores serão coisas do passado – apocalipse 21:4.
Me chamo Debora Cristina Marques Teodoro Puosso, tenho 37 anos, convivo com a artrite reumatoide há 7 anos, sou estudante de pedagogia, moro em São Paulo – SP.
“Dor Compartilhada é Dor Diminuída“, conte a sua história e entenda que ao escrever praticamos uma autoterapia e sua história pode ajudar alguém a viver melhor com a doença!
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