O músico acreano Magno Wesley, de 32 anos, morreu na segunda-feira (12) após complicações da síndrome de Guillain-Barré, doença autoimune que afeta o sistema neurológico.
De acordo com a família, ele estava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb) há mais de um mês, mas não resistiu após uma forte infecção.
Ainda muito abalada e entre lágrimas, a irmã de Wesley, a técnica de segurança do trabalho Mônica Alves, de 43 anos, contou que ele começou a passar mal no início de janeiro e em cerca de 48 horas, a doença evoluiu muito rápido. Ela disse que o irmão passou a ter dificuldade para andar, respirar e deglutir.
“Ele estava indisposto, pediu para a nossa mãe para ir ao mercado para ver se melhorava e ela disse que ele já foi puxando da perna, ele disse que tinha batido a perna. Acho que não quis contar que estava com dificuldade para andar. No outro dia, amanheceu se sentindo ainda mais indisposto, com formigamento nas mãos e pés, foi para o hospital, aferiu pressão e não deu nada, voltou para casa”, contou a irmã.
Mas em cerca de 48 horas, os sintomas se intensificaram e ele precisou ser internado. Com dificuldade para respirar, o músico foi levado para a UTI e entubado no dia 8 de janeiro. Iniciou o tratamento contra Guillain-Barré dois dias depois, teve uma melhora, mas acabou sendo infectado por uma bactéria.
“Ele estava entubado, a bactéria piorou ainda mais o quadro, porque ela pegou o lado esquerdo do pulmão inteiro. Quando foi para o rim, ainda fizeram por dois dias hemodiálise, mas ele não resistiu”, disse Mônica.
Wesley estudava radiologia e iria se formar em março deste ano. Ele tocava violão, baixo, guitarra, cantava e era desenhista. O sonho dele, segundo a família, era ter sua própria animação.
“Meu irmão foi um guerreiro. Era muito apaixonado pela vida, um cara inteligentíssimo, autodidata, aprendeu a falar inglês fluente sozinho, tocou violão sozinho. Ia se formar agora. Era um cara cheio de vida, muito alegre. Lutou muito pela vida, mas Deus é o dono da vida e Ele sabe todas as coisas”, lamentou a irmã.
O artista também deu voz ao robô da série acreana Crônicas de Oliver. Na página oficial da animação, a equipe fez uma homenagem ao músico.
“Não podíamos ter escolhido alguém melhor para ser a voz desse personagem. Magno será sempre nosso pequeno Oliver, que na vida real também era um grande amigo. Que passou por nossas vidas e deixou um legado, a amizade, o companheirismo a alegria”, diz a nota.
“Somos imensamente gratos por ter tido em nossas vidas um Oliver como o Magno. Que ele seja sempre lembrado por esse sorriso solto e esse olhar acolhedor. E nós ficamos com as lembranças, a saudade e alegria de termos nos encontrado”, finaliza a homenagem.
Sobre a doença, Mônica disse que já tinha ouvido falar e acredita que não se trata de algo raro. Segundo ela, é preciso que se fale mais sobre os sintomas e que as pessoas conheçam sobre a síndrome, que levou seu irmão de um jeito tão rápido. Ela falou sobre o atendimento médico e agradeceu.
“Tudo que estava ao alcance dos médicos eles fizeram, foram fantásticos com a nossa família e com o Magno. Tiveram um carinho muito grande com meu irmão, inclusive sou muito agradecida por tudo. Tiveram muito carinho com a gente. As pessoas precisam falar mais sobre essa doença”, declarou Mônica.
A síndrome
A Síndrome de Guillian-Barré é uma doença autoimune que ocorre quando o sistema imunológico do corpo ataca parte do sistema nervoso. A fraqueza muscular é provocada pela inflamação dos nervos.
A doença age rápido e a fraqueza dos membros extremos do corpo é o principal sintoma. O tratamento com Imunoglobulina possui alto custo, mas o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente.
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