Em um levantamento da Universidade de Boston e de outras instituições americanas, cientistas mediram quantos passos 1 788 voluntários com osteoartrite nos joelhos – ou com alto risco de desenvolvê-la – davam em uma semana. Acompanharam, então, essa turma por dois anos. “Notamos que caminhar, em média, ao menos 6 mil passos diariamente evita incômodos decorrentes do quadro”, diz o fisioterapeuta Daniel White, um dos líderes da investigação.
A meta, embora necessite de outras pesquisas para se consolidar, traz um parâmetro a ser mirado por quem está com os joelhos um pouco fragilizados. “Orientado por um especialista, o indivíduo pode iniciar com, por exemplo, 3 mil passos e, aos poucos, evoluir até alcançar o objetivo proposto pelo estudo americano”, reflete Leda Magalhães de Oliveira, fisioterapeuta da Universidade Federal de São Paulo. Aliás, ultrapassar o limite mínimo estabelecido por White e seus colegas parece acarretar ainda mais benefícios.
Segundo a pesquisa, a cada mil passos extras incluídos na rotina diária, o risco de o joelho ranger – e atrapalhar tarefas no cotidiano – cai mais 16%.
Por que caminhar faz bem para as articulações
São vários os motivos que fazem as caminhadas deixarem as juntas mais resistentes. “Um deles é regular a produção do chamado líquido sinovial”, esclarece Marco Aurélio Vaz, profissional de educação física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tal substância abastece a cartilagem de nutrientes. Assim, garante a integridade dessa estrutura, responsável por impedir o doloroso atrito entre um osso e outro. Em outras palavras, mexer-se bastante mantém nossas dobradiças naturais lubrificadas.
Colecionar passos e mais passos também fortalece as pernas. “E uma musculatura em forma amortece o impacto de diferentes atividades do dia a dia sobre as articulações”, explica Ricardo Nahas, ortopedista e coordenador do Centro de Medicina do Exercício e do Esporte do Hospital 9 de Julho, na capital paulista.
Na prática, isso significa que a pressão transmitida aos membros inferiores quando subimos um lance de escada ou seguramos uma caixa pesada deixa de ser nociva ao tecido cartilaginoso e à ossatura que compõem tornozelos, joelhos e quadris.
Tecnologias que prometem registrar cada passo
Pedômetro
É um aparelho fácil de carregar por aí. Alguns são feitos para pôr na cintura; outros, no tênis. E não são caros. Só tome cuidado com modelos de baixa qualidade, que confundem qualquer movimento com passada.
Aplicativos
Você baixa um deles e, aí, é como se tivesse um pedômetro acoplado ao celular. Os programas são até fidedignos – a questão é que vários acabam com a bateria do aparelho rapidamente.
Pulseiras
Elas registram a qualidade do sono, as calorias queimadas… e, claro, os passos acumulados ao longo do dia. São boas opções, inclusive porque permitem guardar os dados em computadores. Mas já pesam mais no bolso.
Fonte: Saúde Abril
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