Hospitais associados à Anahp reduziram suas taxas de infecções, melhoraram tempo de atendimentos em infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral e conquistaram mais acreditações hospitalares. Estes são alguns dos dados que estão no Observatório Anahp 2024, lançado nesta quarta-feira (22), e que traz uma análise da evolução dos principais indicadores de saúde nos últimos 15 anos, quando a primeira edição foi publicada.
“São dados relevantes para analisarmos o cenário da saúde no país, já que se trata de um levantamento que fazemos com os números do Sistema de Indicadores Hospitalares da Associação, que representa hospitais de excelência e respondem por cerca de 17% das acreditações nacionais e 48% das acreditações internacionais das instituições no Brasil”, destaca Eduardo Amaro, presidente do Conselho de Administração da Anahp.
A redução nas taxas de infecções é um dos dados que aponta a evolução do setor. Os números revelam que a densidade de incidência de infecção primária da corrente sanguínea laboratorial (IPCSL) associada ao cateter venoso central (CVC) na UTI adulto apresentou uma diminuição significativa nos últimos 15 anos. Em 2009, a taxa era de 4,70 a cada mil pacientes-dia, e em 2023, caiu para 1,36, o que demonstra aprimoramento de boas práticas assistenciais nos hospitais associados, principalmente com a adesão e padronização de protocolos entre os associados. Para infarto do miocárdio, o indicador “mediana do tempo porta-balão” – que mede o tempo entre a chegada do paciente à porta do hospital e o início do procedimento – foi de 49,44 minutos em 2023. Na literatura internacional, o recomendado pela American Heart Association (AHA) é de, no máximo, 90 minutos. Já relacionado ao AVC, o indicador “tempo porta-laudo” – que é a mediana de tempo que o paciente leva entre ser admitido no pronto-socorro com suspeita de AVC e receber o laudo de um exame de imagem de crânio para auxílio no diagnóstico – foi de 35,07 minutos em 2023. Os parâmetros da American Stroke Association recomendam que seja menor do que 45 minutos.
Outro segmento que merece destaque se relaciona à mudança no perfil epidemiológico. As doenças do aparelho geniturinário, as neoplasias e as doenças do sistema digestivo seguem com aumento e como as principais causas de internação entre os hospitais Anahp. Em 2009, a maior participação no total de saídas hospitalares era de gravidez, com 13,10%. Já em 2023, este percentual foi das doenças do aparelho geniturinário com 10,84% das saídas, seguidas de 10,44% para neoplasias e 10,15% para o sistema digestivo. Esse resultado vem em linha com o envelhecimento da população, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)[1], que revelou em 2022 que o total de pessoas com 65 anos ou mais no país chegou a mais de 22 milhões, 10,9% da população, com alta de 57,4% frente a 2010.
“Hoje, essa base de dados é provavelmente a mais completa do setor hospitalar quanto a padrão da informação em uma sequência de anos consecutivos. Possibilitando assim, avaliar tendências e mudanças do setor, inclusive na qualidade dos serviços prestados aos pacientes. Atualmente mensuramos 265 indicadores distribuídos em áreas como: assistencial, de gestão de pessoas, econômico-financeiros e de sustentabilidade”, afirma Ary Ribeiro, editor do Observatório Anahp 2024 e diretor-executivo na Elibré Clínica de Saúde Mental.
O material também revela que cerca de 60% dos hospitais já têm algum tipo de remuneração diferente do fee for service, modelo majoritário no Brasil, em que os valores são pagos mediante a quantidade de procedimentos e recursos utilizados. Do total de respondentes de pesquisa realizada entre os associados, 51,46% utilizam pagamento por diárias hospitalares e 36,89% por pacote e bundles. O modelo de remuneração por desfecho, que teve 6,80% no levantamento, vem ganhando espaço no setor. Desde 2017, a Associação conta com o Programa de Desfechos Clínicos Anahp com o objetivo de ampliar a qualidade da atenção prestada, melhorar a prática médica, colocar o paciente no centro do cuidado, reduzir custos e repensar o modelo de remuneração. Atualmente, o programa conta com 26 instituições coletando dados de 7 patologias, entre elas acidente vascular cerebral (AVC); insuficiência cardíaca (IC), osteoartrite/osteoartrose de quadril e joelho, sepse, câncer de mama, câncer de próstata localizado e câncer de colorretal.
“Temos uma publicação que apresenta de modo concreto várias frentes e destaca a importância de trabalharmos com dados, até mesmo para a gestão adequada aos desafios vividos pelo setor, como no caso do número de glosas e prazo de recebimento pelos serviços prestados – que possuem impacto direto no fluxo de caixa dos hospitais”, conclui Antônio Britto, diretor-executivo da Anahp.
Compromisso com a qualidade da saúde
Completando 15 anos, o Observatório Anahp se tornou uma referência e fonte confiável de informações para a saúde, possibilitando uma visão abrangente da qualidade da assistência no Brasil. Seus indicadores seguem permitindo não só o planejamento estratégico e a tomada de decisões fundamentadas, por exemplo, junto aos seus associados; mas também do setor como um todo já que a saúde suplementar atinge 51 milhões de brasileiros, diretamente, e a toda à população pela dependência que o Sistema Único de Saúde (SUS) possui do setor privado, especialmente em tratamentos de média e alta complexidades.
Baixe aqui a edição completa do Observatório Anahp 2024:
https://www.anahp.com.br/publicacoes/observatorio-anahp-2024/
Fonte: Assessoria de Imprensa
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