No final de 2016 passei por uma cirurgia de retirada da vesícula. Tudo ocorreu bem, mas durante o período de recuperação eu notei uma dor anormal na minha face. Talvez por ter suspendido um pouco a medicação da artrite por conta da operação e assim, eu notei aquela dor só aumentando. Acabou o período de repouso e nada daquela dor diminuir. Contei para meu reumatologista na época e ele mudou minha medicação. Nada! O inferno começava ali. Eu pedi para mudar de novo e nada. Comecei a ir ao pronto atendimento 5 vezes ao mês. Os analgésicos não faziam efeito. Lendo relatos aqui eu percebi que meu problema era na ATM (Articulação temporomandibular).
Meu reumatologista não entendia bem porque nada que ele fazia dava resultado. Meus sintomas eram mais acentuados nessa altura do campeonato. Dores no ouvido, zumbido, pontadas, uma dor na articulação da mandíbula perto do ouvido que irradiava pela face, nuca e dores de cabeça violentas.
No hospital comecei a tomar morfina. Eu dou aulas e como professora falo horrores, então imaginem a dor. Comecei a atravessar madrugadas acordada com dor, chorava sempre. Parei de me alimentar, ficava nos caldos e comidas pastosas.
Fui ao otorrino ao ortodontista que era especialista na dor facial. Nada…ninguém entendia a relação da AR com o problema na ATM. Todo mundo culpava meu reumatologista por não resolver meu problema quando eu ia ao PA (Pronto Atendimento). Diziam: cadê seu reumatologista? Passei muita raiva e frustrações. Fui a um dentista especialista em dor na face e cirurgião buco maxilo que era um açougueiro. Ele fez uma infiltração que quase me deixou cega. Mudei de reumatologista e encontrei um outro dentista que fazia infiltrações de forma adequada.
No começo durou 4 meses, já estávamos em 2017, fiz 3 infiltrações porque as 2 anteriores não fizeram o efeito necessário. Até que Deus iluminou meu caminho e a Patricia Zelante Veras compartilhou a história dela. Eu voei do MT (Mato Grosso) para São Paulo e fui consultar com o Dr Roberto Piteri, já era novembro de 2017. Esses anjos de Deus me ajudaram muito. O plano demorou a liberar e não cobria a equipe porque não eram médicos mas uma especialidade da odontologia. Diagnóstico: reabsorção dos côndilos mandibulares, uma degeneração bilateralmente.
A dor já estava absurda e eu não tinha mais vida. O que acelerou mais ainda o processo foi o queixo pequeno demais. Era operar ou operar. Eu alternava entre codeína, tramal e morfina. Meu fígado e meu estômago ficaram arrebentados e eu já estava psicótica de tanto analgésico. Finalmente, operei em 15/11/2018 depois de 2 anos de dor e lágrimas. Do momento em que acordei da anestesia até agora eu não tive mais dor na ATM. Nem acredito que hoje eu tomo umas gotinhas de dipirona apenas! Estou explodindo de felicidade.
Claro que não foi fácil porque a cirurgia foi super invasiva e eu senti as crises por ter que suspender os remédios da artrite para poder operar. Mas valeu muito à pena! Gente, muitos fazem artroplastia no quadril, ombro, joelhos, acrescentem a ATM na lista. E digo que não é plaquinha de bruxismo ou aparelho que resolvem. Precisamos de atendimento interdisciplinar e de profissionais que possam entender nossa condição.Quem precisar de ajuda pode contar comigo.
Eliane M. Alencar, depoimento originalmente publicado no Grupo EncontrAR – Quer conhecer o Grupo? Acesse: Clique aqui
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