A síndrome autoimune/inflamatória induzida por adjuvantes (ASIA) agrupa diversas condições autoimunes que compartilham como gatilho a exposição a uma série de substâncias estranhas ao organismo, como o silicone das próteses mamárias, óleos minerais usados em preenchimentos e alguns componentes de certas vacinas. O processo que leva ao surgimento da doença é complexo e envolve fatores genéticos.
Hoje falarei especificamente do silicone, já que é uma dúvida frequente de mulheres com doenças autoimunes no consultório. De maneira simplificada, o silicone levaria a uma “estimulação anormal” do sistema imunológico, servindo como gatilho para o surgimento da doença autoimune. Mas, ATENÇÃO essa síndrome é RARA, e só se desenvolve em pessoas com predisposição genética.
Os casos descritos de síndrome ASIA associada ao silicone, iniciam em média 1 mês após a exposição ao silicone, mas podem variar de 2 semanas a 5 anos. Sintomas sistêmicos como fadiga crônica, febre, perda de peso, dor em músculos e articulações, queda de cabelo, úlceras orais, depressão, desordens do sono, neuropatia e dor crônica podem ocorrer. E alguns pacientes desenvolvem doenças específicas como lúpus, fibromialgia, síndrome Sjögren, esclerodermia, artrite reumatoide, entre outras.
A associação entre a prótese e o aparecimento da doença fica mais clara quando observamos que uma parcela das pacientes melhoram completamente após sua remoção. Porém, outras permanecem com sintomas mesmo após a retirada. Alguns casos podem ser manejados com medicação sem precisar retirar a prótese.
“E eu que tenho doença autoimune, posso colocar silicone?” Pergunta complexa!
Pessoas que já possuem doenças autoimunes devem ter cuidado redobrado. Idealmente, para o implante de silicone a doença deve estar em remissão, com um passado atividade leve e esse risco benefício deve ser discutido com o reumatologista assistente.
#REPOST @dravivianemachicado
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