Dra. Vanessa Gardini, fonoaudióloga da Pró-Ouvir Aparelhos Auditivos de Sorocaba (SP), dá dicas de como cuidar da saúde auditiva e evitar problemas.
Você costuma pedir para as pessoas repetirem o que foi dito? Utiliza o fone de ouvido com volume muito alto? Sente dificuldade em escutar em ambientes com ruídos? Vive aumentando o volume da televisão? Esses são alguns dos sintomas que podem indicar a perda auditiva. Mas, você sabia que existem formas de prevenir esse problema?
Há diversos fatores que contribuem para a perda auditiva. Muitos podem ser evitados, outros não, como, por exemplo, o histórico de casos de deficiência auditiva na família e a idade avançada. Entretanto, é possível, sim, tomar certos cuidados para não prejudicar a saúde dos ouvidos. Dra. Vanessa Gardini, fonoaudióloga da Pró-Ouvir Aparelhos Auditivos de Sorocaba (SP), ensina como fazer isso e fala da importância de se consultar regularmente com um especialista. Confira:
• Limpeza correta dos ouvidos
Quem nunca limpou o ouvido com hastes flexíveis, ou os popularmente conhecidos “Cotonetes”? Seja porque criou o hábito, ou porque notou um acúmulo de cera, quase todo mundo já fez a limpeza do ouvido dessa forma em casa. Mas, poucos sabem do risco em se fazer isso de forma inadequada. O que parece algo rotineiro esconde diversos perigos, seja pelo excesso, ou pela tentativa errada de limpeza.
A cera do ouvido, também conhecida como cerúmen, é uma secreção fabricada pelas glândulas ceruminosas e sebáceas e possui a função de proteger o canal auditivo de infecções, além de evitar que sujeira, poeira ou outras pequenas partículas possam entrar no canal auditivo e atingir o tímpano. Entretanto, a fonoaudióloga da Pró-Ouvir alerta para os ricos de fazer a limpeza, sem a supervisão de um especialista. “Quando existe um excesso de cerúmen, a função auricular pode ser prejudicada e, quando essa cera é manuseada de forma incorreta, pode obstruir o canal auditivo. O uso de hastes flexíveis ou qualquer outro objeto pontiagudo para a higienização do local pode causar sérios danos, podendo, inclusive, perfurar o tímpano, levando à perda auditiva. Por isto, é tão importante buscar o auxílio de um profissional para realizar a higienização da forma correta”, elucida Dra. Vanessa.
• Nunca se automedicar
Alguns medicamentos podem danificar as células ciliadas do ouvido interno e trazer prejuízos definitivos para a audição humana, dentre eles: antibióticos, remédios para o câncer, hipertensão arterial, doenças neurológicas e, até mesmo, alguns considerados “inofensivos”, como os analgésicos e antitérmicos. “Certos tipos de medicamentos, conhecidos como ototóxicos, podem causar danos à audição, sendo o prejuízo temporário ou permanente. A perda auditiva causada por medicamentos ocorre quando a droga prejudica as células sensoriais da cóclea no ouvido interno”, explica a especialista.
Pesquisa realizada no Brigham and Women’s Hospital, vinculado à Universidade de Harvard (EUA), mostrou que existe relação entre a utilização de analgésicos e a perda auditiva, principalmente em mulheres. “É importante deixar o alerta para a população nunca se automedicar. Existem diversos medicamentos que podem prejudicar a saúde auditiva, por isto, deve-se sempre buscar orientação profissional para que não haja risco”, orienta a fonoaudióloga.
• Evitar a poluição sonora
A poluição sonora ocorre diariamente, em festas, no transporte, na empresa com os ruídos dos equipamentos, em casa com os eletroeletrônicos, etc. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 10% da população mundial está exposta a níveis de ruídos que podem causar danos à audição.
Apesar de conseguirmos medir as condições de poluição sonora existentes hoje em dia, seus efeitos sobre a saúde dos ouvidos ainda são subestimados. “O barulho é a causa mais comum de perda auditiva que pode ser evitada. O sistema auditivo apresenta células sensoriais de audição que, uma vez lesadas, não são capazes de se regenerar. A surdez causada por ruído pode ser ocasionada por exposição única, como o disparado de uma arma de fogo ou por período prolongado, em que o nível de ruído do local é muito intenso, como nas indústrias. Visto isso, é importante tomar certos cuidados, como o uso de protetores auriculares e ficar sempre atento ao nível de poluição sonora a que está submetido, evitando problemas futuros”, destaca Dra. Vanessa.
• Atenção aos fones de ouvido
Smartphones, tablets, videogames e outras tecnologias estão cada vez mais presentes no nosso dia a dia. E, junto com eles, vêm os fones de ouvido, seja para ouvir música, assistir a vídeos ou se comunicar.
De acordo com as previsões da OMS, aproximadamente metade dos jovens entre 12 e 35 anos, o que daria cerca de 1,1 bilhão de pessoas em todo o mundo, corre o risco de sofrer perda auditiva. O principal motivo é a exposição prolongada e excessiva aos sons altos, incluindo o barulho nos fones de ouvido. “Os ruídos muito altos são prejudiciais à saúde auditiva e o risco é ainda maior quando se usa fones, em razão da proximidade do som alto com o ouvido. A perda auditiva causada pelo mau uso de fones acontece porque eles geram vibrações sonoras de alta intensidade no interior dos ouvidos, sobrecarregando as células ciliadas, que são responsáveis pela captação sonora. Tal sobrecarga pode gerar lesões que, por sua vez, diminuem a capacidade auditiva e, geralmente, são irreversíveis. Para evitar esse tipo de lesão, não se deve utilizá-los por mais de uma hora seguida e nunca ultrapassar o volume equivalente a 60 decibéis (no máximo, até a metade)”, diz a fonoaudióloga.
• Consultar-se com um especialista
“É importante destacar que os cuidados com a saúde auditiva devem começar desde cedo, ainda na infância. Tudo que fazemos ao longo da vida reflete no passar do tempo e esses hábitos preventivos podem garantir uma terceira idade com qualidade de vida”, frisa Dra. Vanessa. Já, os exames de audiometria (da audição), diz a especialista, devem ser feitos regularmente a partir dos 50 anos.
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