Quando vivemos em grandes centros urbanos, muitas vezes, não nos damos conta dos danos que fatores como a poluição e a baixa umidade do ar podem causar. No entanto, esses aspectos podem contribuir diretamente para o surgimento de doenças sérias. Se você já sentiu incômodos como ardor ocular, vermelhidão, sensação de corpo estranho nos olhos, coceira e fotofobia, é melhor ficar atento, pois esses são alguns dos sintomas da chamada “Síndrome do Olho Seco”.
Geralmente, essa secura aparece com sinais progressivos ao longo do dia. A doença consiste na deficiência do filme lacrimal ou da lágrima e pode ser agravada principalmente pela baixa umidade do ar. Usuários de lente de contato, operados de cirurgia refrativa a laser e mulheres da terceira idade estão mais propensos aos desconfortos dessa disfunção, que atinge cerca de 15% a 20% dos pacientes que procuram um consultório oftalmológico. De acordo com a Associação de Pessoas com Síndrome do Olho Seco, calcula-se que 18 milhões de brasileiros sofram com esse mal.
Há dois casos principais para a decorrência do problema: a diminuição da produção e a evaporação da lágrima. Essa última causa pode ser prevenida com mudanças de hábitos do dia a dia, sendo que geralmente está associada ao uso intenso do computador, tablets, eletrônicos em geral e leitura prolongada. Além disso, é recomendada a realização de um check-up dos olhos uma vez ao ano.
O que se deve fazer para evitar a doença é dedicar-se a pausas regulares durante o uso do computador, diminuir o brilho do monitor, ingerir muito líquido e deixar os olhos fechados em intervalos regulares. Se mesmo assim, a sensação persistir, outra dica é piscar até sentir maior hidratação. Dentro de ambientes fechados, o ideal é evitar muita proximidade ou ficar com o rosto direcionado aos ventiladores. Em alguns casos, também é indicado utilizar lubrificantes artificiais.
Nos casos em que a síndrome ocorre por diminuição da produção da lágrima, o importante é investigar as causas e tratar a doença de base. Isso porque, além dos fatores ambientais, podem existir doenças oculares ou sistêmicas que contribuam para o olho seco, como alterações hormonais e algumas doenças imunes.
Nessas situações, devem ser usadas lágrimas artificiais no início e, em quadros mais avançados, é indicado o uso de pomadas que possuem poder de lubrificação maior. Em algumas situações, ainda, é necessária cirurgia para preservar parte da lágrima do olho. De qualquer forma, ao aparecimento dos primeiros sintomas, as pessoas devem procurar um médico oftalmologista para o diagnóstico e o tratamento adequados.
*Alexandre Kazuo Misawa é médico oftalmologista e coordenador de Oftalmologia do Hospital San Paolo, centro médico de médio porte da Zona Norte de São Paulo (SP)
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