Meu nome é Aparecida Gonçalves, tenho 33 anos moro em Cambui Sul de MG e tenho AR há 14 anos, quero compartilhar com vocês um pouco da minha história:
Em meados de 97 comecei a sentir dor no meu indicador direito, quando ele amanhecia dobrado eu não conseguia esticar e vice versa, na época eu tinha 19 anos trabalhava numa indústria de calçados, e o médico do trabalho me diagnosticou com reumatismo e me entupiu de Benzetacil, era meu primeiro emprego porém eu tinha sonhos de algo melhor e estava concluindo um curso técnico em contabilidade e almejava um emprego administrativo.
Pensando nisso resolvi pedir pra ser demitida e com planos de conseguir algo durante meu seguro desemprego, ledo engano, nesse período as dores foram aparecendo em todos as articulações eu já não conseguia nem andar direito, consultei outros médicos do SUS e todos diziam que era reumatismo no sangue e continuavam a receitar Benzetacil.
Depois de mais de um ano nesse sofrimento descobri um reumatologista na minha cidade ele me receitou anti-inflamatórios e cortisona o que aliviava a dor porém a doença continuava progredindo e eu cada vez pior e limitada a tudo, não conseguia trabalhar e a situação financeira cada vez mais difícil, pois meu pai havia falecido e minha mãe trabalhava como domestica para poder sustentar a casa, ela antes de sair de manha me dava café me levava no banheiro e me deixava na cama, na hora do almoço ela ia correndo pra casa pra poder me dar assistência. O que mais me doía era o olhar dela de impotência de me ver sofrendo daquele jeito e não poder fazer nada. Minha mãe trabalhava na casa de uma dentista uma pessoa muito boa que por varias vezes bancou minha medicação, um dia minha mãe viu uma cliente dela com algumas deformações e começou a conversar e perguntar que doença ela tinha ela explicou que era artrite reumatoide e que fazia tratamento com um medico numa cidade vizinha a nossa, minha mãe então pediu o contato dele.
Bom descobrimos um médico que era nossa esperança porém não tínhamos dinheiro para consulta minha mãe então recorreu a generosidade da patroa dela que mais uma vez me socorreu. Na semana seguinte já estava me consultando com ele, fiz os exames e ele me prescreveu cloroquina prednisona e o metrotrexate. Dai em diante só fui melhorando as dores não sumiram completamente porem melhorei uns 70%, o suficiente para levar uma vida com algumas limitações porém muito próxima do normal, consegui um trabalho numa indústria metalúrgica o trabalho era pesado porém só pelo fato de eu conseguir executar as tarefas já me enchia de alegria por me sentir útil, além do plano de saúde que proporciona uma despreocupação, fiquei fazendo este trabalho por 8 anos, trabalho este que me rendeu algumas deformidades nas mãos, porém neste período conclui minha faculdade e hoje continuo na mesma empresa porém em função administrativa, graças a Deus sempre tive a compreensão da empresa em relação ao meu problema.
Há três anos esse médico meu Anjo da Guarda me prescreveu Humira pois o metrotrexate já não fazia mais e feito e a doença estava cada vez mais avançando a partir dai minha doença praticamente estacionou porém sobre muito com as sequelas e com a crise dos doze dias pois quando faltam 2 dias pra eu tomar a medicação já começo a inchar e sentir dores mais fortes. Hoje tenho os dois joelhos praticamente sem cartilagem e tortos para o lado, meus braços já não esticam mais parecem um boomerang , tenho todos os dedos da mão deformados principalmente o anelar da mão direito que o osso “encavalou”, hoje tento viver uma vida normal dentro da minha realidade com todas as restrições que a doença me impõe, pois por causa dela tudo acontece de forma mais lenta e dolorida porém vou me adaptando, pois hoje moro sozinha e nem tem pra quem pedir help.
Estou noiva, pretendo me casar no final do ano que vem, encontrei uma pessoa maravilhosa que desde o primeiro momento me apoiou, estes dois anos que estou com ele foram os melhores da minha vida, nunca vi um olhar de preconceito ou de pena por parte dele muito pelo contrário ele sempre me da forças quando por alguns instantes eu penso em desistir.
Mas muita coisa melhorou a partir do momento que a internet entrou na minha vida pois tive a acesso as informações e a conhecer as historias de pessoas através das redes sociais, que como eu sofrem com essa doença , que judia tanto, nunca fui ativa mas comunidades nem nos blogs enfim sempre fui reclusa a falar de mim e da minha história porém quase que diariamente eu entro pra saber das novidades e informações que tanto contribuem para minha recuperação. Quero agradecer a Priscila Torres nosso Anjinho iluminador.
“Dor Compartilhada é Dor Diminuída“, conte a sua história e entenda que ao escrever praticamos uma autoterapia e sua história pode ajudar alguém a viver melhor com a doença!
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Oi Laura lendo sua historia e a mesma q a minha vc falou tudo o q eu tenho nas mãos,no braço,joelhos,pés,e tão dificil mas nos vamos conseguir tenha fé bjsssssss.
Poxa linda, vc começou os sintomas quase como eu!!! Com o dedo da mão direita!!! será que é uma caracteristica da doença começar por essa parte do corpo? Conheço outras pessoas com AR que tbm começaram com a mesma coisa!!! Abraçosss
Oi, Laura… sei bem o que você passa todos os dias… tenho AR há 16 anos e mato literalmente um Leão por dia para driblar as dores…mesmo com toda a gama de medicação que tomo… a vontade de superarmos tudo isso é fantástica…sucesso e muira saúde para você!!!! Adriana Góes
Linda, você é uma guerreira. Que Deus te dê muita saúde e continue na luta!
Beijoos