“Pelo menos 20% da população brasileira tem níveis inadequados de vitamina D. Vitamina que ajuda o organismo na absorção do cálcio e é muito importante, por exemplo, para evitar osteoporose”. A informação é da reumatologista Dra. Bianca Andrade Azevedo, que integra os quadros da Sociedade Paranaense de Reumatologia (SPR).
Segundo ela, ossos e dentes precisam tanto de cálcio quanto de vitamina D para se fortalecerem e crescerem apropriadamente e para o organismo fabricar a vitamina D (que é sintetizada pela pele), é preciso ficar expostos à luz solar todos os dias, sem passar protetor solar, por pelo menos 20 minutos. Por isso, os melhores horários para tomar sol são entre 6 e 10 da manhã e depois das 16h, evitando assim efeitos nocivos dos raios ultravioleta.
“A importância da vitamina D pode ser vista quando ela está em falta no nosso organismo. Em adultos, os ossos se tornam frágeis levando a osteoporose com riscos de fraturas espontâneas. Já em crianças, a deficiência acentuada pode comprometer o crescimento e levar a uma formação inadequada dos ossos, dando origem ao chamado raquitismo, situação em que existem deformidades ósseas”, diz a médica da SPR.
“A principal particularidade da vitamina D, aliás, em relação às outras vitaminas é que sua principal fonte de produção é através da exposição solar: ou seja, os raios ultravioletas do tipo B (UVB) são capazes de ativar a síntese desta substância. Já as outras vitaminas, em geral, só podem ser adquiridas através da dieta”, complementa.
Bianca Andrade lembra que a vitamina D é pouco presente em alimentos, por isso há muitos casos de deficiência dessa vitamina. “E os alimentos ricos em vitamina D não são comuns na mesa do brasileiro. Frutos do mar e peixes em geral estão no topo da lista quando o assunto é fonte de vitamina D, mas existe uma gama ampla de outros alimentos que ajudam nosso organismo a atingir o nível mínimo de consumo diário, necessário”, explica Bianca. Essa vitamina é encontrada em sardinha e atum em lata, fígado de boi e galinha, óleo de fígado de bacalhau, ovos, queijo cheddar, manteiga, iogurte, salmão cozido e ostras in natura.
“Trata-se de um hormônio que regula a quantidade de cálcio e fósforo em nosso organismo, aumentando a absorção desses sais minerais no intestino. É responsável pela saúde de nossos ossos, e tem um papel importante na força muscular. Além de influenciar consideravelmente o sistema imunológico, sendo interessante para a prevenção e o tratamento de muitas doenças, especialmente no tratamento das doenças autoimunes. No coração, tem influência no controle das contrações do músculo cardíaco e é importante no bombeamento de sangue para o corpo. No sistema imunológico, os linfócitos, têm receptores para a vitamina D, que atua no fortalecimento do sistema de defesa, auxiliando na prevenção de doenças”, explica a médica.
Ela informa ainda que a vitamina D também ajuda no combate à hipertensão, no controle de peso e tem importante papel no funcionamento adequado da tireoide e na secreção de insulina pelo pâncreas. “A reposição da vitamina D deve ser orientada por um médico especialista no assunto, pois a necessidade diária de vitamina depende do peso e das comorbidades predisponentes para a hipovitaminose. A intoxicação por vitamina D pode causar pressão alta, perda de apetite, náuseas e vômitos. Esses sintomas geralmente são seguidos por produção excessiva de urina, sede elevada, fraqueza, nervosismo e eventualmente insuficiência renal. Vale a pena o bom senso, e evitar a exposição solar nos horários inadequados e que podem aumentar o risco de câncer de pele. O ideal são banhos de sol no início da manhã ou no final da tarde, sem filtro solar, durante 15-20 minutos por dia”, completa.
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