A dor crônica é um problema global: entre 25% e 30% da população mundial sofre com ela, independente do grau de desenvolvimento do país. Uma questão de saúde pública que afeta diferentes níveis da vida: desde influência na sociabilidade até o impacto econômico, com pagamento de benefícios previdenciários e perda da capacidade produtiva do indivíduo.
Para enfrentar esse transtorno, segundo o chefe da Clínica da Dor e Cuidados Paliativos do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), Ricardo Cunha, depois de dois anos de queixa, o tratamento precisa ser menos a base de remédios, recorrendo a outras alternativas. “A literatura comprova que, depois desse tempo, utilizar só fármacos é uma estratégia fadada ao fracasso. Quanto mais armas tivermos, melhor o resultado”, sintetiza o médico. Acupuntura, fisioterapia, tratamento psicológico são algumas das terapias que podem ser usadas de forma complementar. Atualmente, o HUCFF é um centro de referência no Rio de Janeiro em tratamento da dor e um dos poucos hospitais públicos que fornecem o atendimento multidisciplinar no estado.
Entre as queixas dos pacientes que são atendidos no HUCFF, 65% é de dores na coluna. “As pessoas cuidam mal da coluna ao longo da vida. Problemas de postura – muitas vezes causados por uso de celular e computador, especialmente entre os mais jovens –, falta de atividade física e excesso de peso são algumas das causas. Além disso, temos as degenerações próprias em idades mais avançadas”, esclarece o clínico. Assim, uma das tarefas desses profissionais é orientar e instruir como o paciente pode melhorar sua qualidade de vida. “Nestes casos, atividades como hidroginástica, pilates, alongamento, ioga e RPG são excelentes. No entanto, às vezes, o indivíduo tem dificuldade de encontrar o serviço – ou porque não acha ou porque é caro. Então, a gente também orienta sobre exercícios que ele pode fazer em casa que ajudam a combater a dor”, explica.
O especialista lembra ainda que, quanto mais cedo o indivíduo procura ajuda, mais chances tem de melhora: “nossa meta é que, em dois anos, o paciente tenha uma progressão significativa. Com um ano, fazemos uma revisão do tratamento”, afirma ele, lembrando ainda de outro entrave ao problema: a maioria é encaminhada tardiamente, o que reduz a possibilidade de melhora.
Fonte: Jornal do Brasil
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