Aos 14 anos começava a minha trajetória dolorosa. Até 2003 eu era uma pré adolescente “normal”, até que começou a surgir uma dorzinha no punho direito, fui ao médico e foi diagnosticado como tendinite, coloquei tala no braço umas duas vezes naquele ano, depois começou também uma dor no calcanhar ao pisar no chão, foi me recomendado um calçado ortopédico que aliviaria as dores. Lentamente a artrite ia me impossibilitando de realizar minhas atividades. Porém segui indo a escola, ao curso com um dorzinha aqui, outra ali.
Até que entrei de férias, as que seriam as piores férias da minha vida. As dores foram se intensificando, e a minha família sem entender, sem saber a qual médico recorrer. Eu vivia a base de dipirona, até que ela, a ARJ, se instalou realmente no meu organismo,tive febre, muito inchaço nas articulações, e dores, muitas dores. Várias indas e vindas ao pronto socorro até que um médico chegou quase no diagnóstico, disse que era Febre Reumática e que deveria procurar um reumatologista com urgência. Já estávamos em fevereiro, em pleno carnaval, e eu de cama sem conseguir dormir, por que as dores eram muito fortes, os dias e as noites eram longas. E as limitações só aumentavam não conseguia mais pentear os cabelos, colocar uma roupa, tomar um banho e até mesmo sentar no vaso sanitário e me limpar, as dores eram terríveis.
Como todo carnaval tem seu fim, carnaval acabou e consegui uma consulta no posto de saúde com um reumatologista. No final de março, recebi o diagnóstico de Artrite Reumatoide, porém meu alivio não começou ali, atendimento precário, diagnóstico feito mas não foi iniciado um tratamento adequado. Os meses se passando e numa escala de 0 a 10 a minha melhora era de 4. Consequência disso a impossibilidade de frente o colégio novo, era mais distante, precisava pegar condução, ficava muito tempo em pé no coletivo e fora o sob e desce das escadas, tanto no ônibus quanto na escola me matava diariamente.
Logo, tive de entrar com atestado médico. E toda volta ao médico era sempre a mesma coisa nada de evolução e a médica na sua ignorância me questionava se eu não tomava os remédios e me enchia de esporros. Não tinha muitas esperanças, pensava que sentiria aquelas dores para sempre. Até que um dia minha mãe conversando em seu trabalho sobre o sofrimento que eu estava passando, um amigo dela se ofereceu para ajudar. Ele era motorista de ambulância do Hospital Universitário da UFRJ e veria se conseguiria alguma coisa por lá, ele conversou diretamente com a médica que topou me encaixar na sua agenda. Andava tão descrente que pensei que seria mais uma médica doida, que daria esporros por não estar melhorando.
Em julho foi a minha consulta, 1h 30min me examinando e Deus colocou um anjo na minha vida chamada Dr. Blanca Elena, tão carinhosa, uma médica cheia de luz. E vi que nem tudo estava perdido e fui realmente diagnósticada com Artrite Reumatoide Juvenil. Já são 14 anos de tratamento com ela, em menos de um ano tive uma melhora muito significativa. Segui o tratamento certinho, só que Artrite é uma doença muito chata e ardilosa, eu inocentemente fui largando de mão o tratamento e fiquei quase 2 anos meio porra louca, até que ela voltou com tudo e cai de cama novamente, aí já com o estresse e as responsabilidades da vida adulta fica tudo mais complicado, mas ela ali comigo sempre me ajudando e nunca me abandonando.
Hoje com 28 anos, sigo com meu tratamento e cheia de sonhos. Aprendi a lidar com a artrite, nada melhor do que nos aliarmos ao nosso inimigo. Mesmo com todo apesar de, nada tira meu sorriso. Força, Foco e Fé.
Me chamo Elisa Souza Fernandes, tenho 28 anos, convivo com a ARJ há 14 anos, sou estudante, moro no Rio de Janeiro – RJ.
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