Minha história é um pouco confusa, inicialmente tive um edema muito grande no joelho direito que me impedia de movimenta-lo, como a quase totalidade dos casos, fui ao ortopedista, fiz uso de anti-inflamatório e melhorou. Porém uma semana depois comecei a ter dificuldades respiratórias, fui parar no hospital com um derrame pleural e dores generalizada nas articulações, numa bateria de exames foi constatada a artrite reumatoide e uma tuberculose pleural. Entrei em pânico! Minha avó paterna tinha sido portadora de artrite e conhecia o sofrimento da doença.
O primeiro Reumatologista que me acompanhou fez o tratamento padrão de corticoide e mtx, junto com os remédios para a tuberculose. Foi um ano de dores e crises que mal saía da cama. Nesse período fiquei impedida de trabalhar pois minha mão direita rapidamente teve os movimentos diminuídos acompanhado pela perda de tato. Como durante 1 ano não apresentei nenhuma melhora, resolvi mudar de médico, encontrei além de um excelente médico um ser humano iluminado, com quem me trato até hoje. Tentou- se quase todos biológicos disponíveis no mercado, e eu não apresentava uma resposta adequada. Apesar das dores, dificuldade de locomoção e tudo o mais, não me conformava em ficar ociosa, já que não podia mais exercer minha profissão resolvi voltar para a faculdade, fui fazer história. Para isso contei com o grande incentivo do meu marido e dos filhos, meus fiéis escudeiros.
Sendo que neste período de tempo, por conta do grande uso do corticoide tive diversas complicações, fui submetida a quatro cirurgias, foram três de ombro e uma de coluna e se não bastasse, tive necrose asséptica dos joelhos que me deixou cadeirante durante 11 meses.
Em comum acordo com o meu reumato, passei a usar o Actemra, na época era novo no mercado, obtive uma boa resposta com ele. Minha qualidade de vida deu uma melhorada, saí da cadeira de rodas, as dores diminuíram, quanta alegria. Infelizmente, mais um problema apareceu, surgiu o lúpus. Recomeçou a minha guerra. Atualmente, continuo com as dores que nunca me abandonam, porém acabei a faculdade de história, fiz a pós-graduação e atualmente estou cursando filosofia. A minha grande tristeza é que meu corpo não acompanha a minha cabeça e o pior de tudo, quem me olha não percebe as minhas limitações, portanto sempre escuto os comentários de que sou dengosa ou preguiçosa, mas fazer o que?!
Me chamo Ana Maria Andrade, convivo com artrite reumatoide e lúpus desde os meus 47 anos, sou dentista, moro em Petrópolis – RJ.
“Dor Compartilhada é Dor Diminuída“, conte a sua história e entenda que ao escrever praticamos uma autoterapia e sua história pode ajudar alguém a viver melhor com a doença!
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