Eu comecei sentindo dores nos pulsos, eles inchavam, ficavam muito doloridos e quentes. Depois foram os dedos, ficaram do mesmo jeito e eu mal conseguia trabalhar (digitar) ou mesmo me segurar no ônibus, minhas amigas que me seguravam para eu não cair. Mas pensei que fosse do trabalho, muitos anos digitando, para mim era só parar por um tempo, foi aí que pedi para trocar de função, mas vieram as dores nos joelhos, e novamente pensei que fosse do trabalho, pois ficava o dia todo sentada, era uma vergonha, eu não conseguia andar direito. Logo depois veio a dor no pescoço, mas novamente eu pensei que fosse do travesseiro. Nunca passava pela minha cabeça que eu estaria doente.
Um certo dia me pesei e estranhei, pois em menos de 1 mês eu havia perdido 10 quilos. Minha amiga que era também minha chefe me levou a marra no ortopedista porque eu me negava a ir ao médico, chegando lá ele pediu exame de sangue e engessou um dos pulsos que doía mais, mas me adiantou que era para procurar um Reumato, sendo que eu não tinha fraturado ou batido meu braço em nenhum lugar. Fiquei afastada do serviço por 15 dias e esses dias foram terríveis. Foi quando tive uma crise, não conseguia comer nem beber nada, vomitava, tinha febre alta, estava mais pálida que tudo. O resultado do exame não saia, me empanturrei de remédios para as dores, e eles já não faziam mais efeito. Chorava de dor e de raiva porque quando ia ao médico, eles me davam soro e mais remédios para dor. Enfim o resultado saiu e eu mesmo olhei em casa, quando vi as taxas elevadas pesquisei na internet e vi que era certeza que tinha doença reumática.
Foi aí que chorei mais e mais, marquei consulta no Reumato e fui com a minha mãe, quando chegamos lá ele não foi nenhum pouco delicado com as palavras, não pensou em como eu reagiria com tudo isso. Ele disse que aconteceria de tudo comigo, ficaria com problema na visão, na pele, nos membros (tortos), que engordaria etc, só não morreria. Aquilo para mim foi o fim, mas procurei não demonstrar nada pois minha mãe estava comigo. Mesmo assim não aguentei e chorei ao sair do consultório e minha mãe chorou junto, mas logo sequei as lágrimas e fui para o serviço. Chegando lá não aguentei e chorei, mas minha amiga me incentivou a procurar outra opinião e assim fiz. Mandei fazer o prednisona que o primeiro médico receitou e tomei a injeção, foi como se eu nunca tivesse sentido aquelas dores, fui em outro médico dessa vez sozinha, esse disse que eu poderia não ter reações, mas se deixasse de tomar o remédio morreria, e em hipótese alguma poderia ficar um dia sem tomar a medicação senão morreria e amassou as receitas do médico anterior. E eu por minha vez amassei as dele. Fiquei sem chão não sabia o que fazer, mas marquei outra consulta com uma médica que por sua vez foi muito delicada e atenciosa, e me explicou direitinho o que era a AR, quais eram as possíveis reações, enfim, me tranquilizou e é com ela que me trato até hoje.
Comecei tomando Prednisona de 20mg, Metotrexato e depois ela me receitou o Leflunomida, diminuiu o metotrexato e pediu que eu começasse a desmamar o Prednisona, no começo foi difícil mas hoje já estou só com o Leflunomida e o metotrexato. As vezes sinto dores, e as vezes é suportável, outras vezes mal consigo dobrar o dedo, mas no outro dia já estou normal, ela me falou que quando for assim eu posso tomar um Prednisona de 5mg. As vezes me sinto chateada por ter que tomar todos esses remédios, pois ainda tem o Cálcio, Omeprazol e o Acido Fólico. Fico muitas vezes doente (gripada/virose) mas ela falou que temos a imunidade baixa, procuro sempre ficar bem e pensar que existem pessoas que além da AR ainda tem outras doenças também e são fortes. Ontem conheci uma página de uma ong que cuidam de crianças que enfrentam isso e mesmo assim tem um sorriso lindo no rosto. Então temos que ser fortes e vencer todos os dias.
Me chamo Talita de Lima Ribeiro, tenho 21 anos, sou auxiliar de faturamento, convivo com a artrite reumatoide há 2 anos, moro em São Paulo – SP.
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