Técnica inovadora possibilita diagnóstico e tratamento para problemas articulares
Dores nas mãos, nos ombros, nos joelhos. Lesões por esforços repetitivos, por conta do esporte, da ginástica. Não importa a idade, a profissão, o sexo. Qualquer pessoa está sujeita a sofrer com esses incômodos. E o que vem sem seguida é uma maratona de médicos e exames até encontrar o tratamento correto. A boa notícia é que uma técnica inovadora – realizada com o ultrassom – vem mudando o jeito de abordar e tratar esses e muitos outros problemas reumatológicos.
Desenvolvido em alguns países da Europa, o método foi trazido ao Brasil pela reumatologista Karine Luz. E o princípio é bem simples: “Depois do exame físico, faço o ultrassom na própria clínica para confirmar o diagnóstico. Os diversos planos de imagem permitem ver o que está acontecendo com o paciente”, diz a médica. Desta maneira, a especialista pode detectar anormalidades, inflamações, reumatismo, gota, espondilite anquilosante, síndrome de sjogren, entre outros problemas. Mas não para aí. O tratamento pode ser realizado no momento do diagnóstico e com ajuda do mesmo ultrassom. A imagem guia a médica na aplicação de medicamentos, fazendo com que o alvo da lesão seja atingido com precisão.
Segundo Karine Rodrigues da Luz, detectar e tratar assim que a dor aparece é importante para que as doenças não se tornem crônicas. “O diagnóstico tardio acontece porque geralmente as pessoas procuram um ortopedista, médico especialista em traumas, lesões ou fraturas. Ou por que esperam as dores se agravarem para procurar ajuda”, diz a médica. “No Brasil existe a cultura popular que associa as doenças reumatológicas aos idosos, mas elas afetam todas as faixas etárias, desde os recém-nascidos”, explica a reumatologista.
Segundo pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, cerca de 12 milhões de brasileiros sofrem com doenças reumatológicas, que ocupa o segundo lugar no ranking de gastos com auxílio saúde no Brasil. “Em sua progressão, as doenças podem causar incapacidade física e impedir que as pessoas continuem desenvolvendo suas atividades, tenham que se afastar do mercado de trabalho ainda jovens porque não tiveram acesso ao diagnóstico preciso em um estágio em que poderiam obter a cura ou controle” complementa a médica.
Sobre Karine Luz
Médica responsável pela clínica Ultrarticular, São Paulo. Formada pela Universidade Católica de Pelotas, com especialização em Reumatologia na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), onde realizou mestrado e doutorado com estudos em infiltração em reumatologia e o uso do ultrassom na artrite reumatóide.Possui cursos e treinamentos para o uso do ultrassom nas doenças reumatológicas em centros de referência internacionais: Universidade de Leeds (Inglaterra), Università Pollitecnica delle Marche (Itália) e Universidade de Barcelona (Espanha). Membro da Comissão de Imagem da Sociedade Brasileira de Reumatologia e do Grupo de Ultrassom do PANLAR (Pan American League of Associations for Rheumatology).
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