A dor de uma doença não se manifesta apenas nos órgãos ou membros que ela atinge: há também sofrimentos que extrapolam o âmbito físico, e um deles passa pelas limitações que certos quadros impingem aos pacientes. A designer de interiores e de produto Raisa Andrade constatou isso na própria família – há mais de 40 anos, sua mãe tem artrite reumatoide, patologia inflamatória crônica que ataca as articulações. Foram as dificuldades maternas que a inspiraram a desenvolver, como TCC (trabalho de conclusão de curso), um jogo de panelas inclusivas, o Alexis.
A designer pesquisou a população atingida pela enfermidade para entender melhor suas necessidades no ambiente doméstico. A partir desse estudo, concluiu que o manejo de utensílios de cozinha passava a ser, para essas pessoas, um risco de queimaduras pelo contato com os recipientes ou pelo derramamento do conteúdo.
A artrite reumatoide provoca perda de força e equilíbrio nos membros, além de deformações nos ossos das mãos e dos pés.
Assim, Raisa projetou peças cuja ergonomia facilita tanto o transporte das panelas do fogão para a mesa como o movimento de virá-las para retirar o alimento. A diferença está no encaixe das mãos, feito de forma a evitar que o usuário se queime no contato com o utensílio ou mesmo com o vapor, além de minimizar a força necessária para segurar o recipiente.
“Ao concluir o projeto, percebi que não ajudava somente os portadores de artrite reumatoide mas também idosos em geral e pessoas com outros tipos de doença que comprometam os membros superiores”, afirma.
Alexis – nome grego que significa “aquele que ajuda” – foi finalista de dois prêmios importantes de design: o do MCB (Museu da Casa Brasileira), em 2015, e o do Salão Design, o maior da América Latina, em 2016.
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