Todos nós enfrenta(re)mos grandes mudanças em nossas vidas, parte resultado de nossas próprias escolhas, mas outras de certa forma impostas ou contrárias às nossas vontades, como no caso de doenças crônicas.
Diante de uma doença crônica, é frequente que exista um padrão na forma como lidamos com esta nova situação.
Neste primeiro, trataremos do susto ou da raiva. Sempre tento me colocar no lugar do paciente e tento antecipar as respostas às perguntas que eu mesmo faria naquele lugar.
Para exemplificar, trarei um caso real, obviamente sem identificar o paciente e mudando seu nome.
Há cerca de 2 anos, atendi o Anastácio, 30 anos, que recebeu o diagnóstico de Lúpus Eritematoso Sistêmico. Após ouvir sua história, examina-lo e avaliar seus exames, comuniquei a ele seu diagnóstico. Nesse momento, precisamos ter cuidado de passar de uma forma que a pessoa entenda que é um diagnóstico, não uma sentença ou algo que o defina a partir disso.
Após ouvir o seu diagnóstico, Anastácio ficou um pouco assustado e nervoso. Muitas dúvidas: é pra sempre? Tomarei remédios pelo resto da vida? Poderei ter filhos? Morrerei cedo?…
Após responder a todas estas perguntas, Anastácio foi embora e voltou 2 meses depois. Tinha uma artrite de joelho o que o limitou temporariamente, precisando de cadeira de rodas para locomover-se. Sua esposa veio ajuda-lo desta vez. Percebi que a tratava de maneira ríspida e seca. Essa já era a fase da raiva. Possivelmente na cabeça do Anastácio passava: “por que comigo?”.
Neste momento, eu, você e a esposa do Anastácio não temos o direito de criticá-lo. Faz parte das etapas do processo de aceitação da doença. O que podemos fazer é ficar ao seu lado, oferecer apoio e ajudar a levantar a cabeça dele para que possa enxergar os flashes de sol no finalzinho do túnel…
#REPOST @drthiagoreumato
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