Um projeto-piloto de assistência farmacêutica tem melhorado a qualidade de vida dos moradores de Curitiba (PR) que utilizam os serviços das unidades básicas de saúde e que tomam mais de que cinco medicamentos ao dia. Acostumados a frequentarem apenas as consultas com médicos, os pacientes polimedicados foram convidados a se consultarem também com farmacêuticos, o que representa uma mudança significativa na rotina dos usuários do SUS e no processo de trabalho da equipe de saúde do município.
Nas consultas individuais, que duram em média uma hora, os farmacêuticos conversam com os pacientes e identificam problemas relacionados à prescrição, manipulação, intoxicação e qualidade dos medicamentos. Orientam sobre o uso correto e avaliam a necessidade real desses medicamentos para a pessoa.
Este conceito de clínica farmacêutica deverá ser ampliado para outros municípios brasileiros. O projeto de Cuidado Farmacêutico na Atenção Básica faz parte do Programa Nacional de Qualificação da Assistência Farmacêutica do Governo Federal, o QualifarSUS. A experiência foi financiada por meio do projeto Qualisus Rede – um termo de cooperação entre o Banco Mundial e o Mistério da Saúde que pretende apoiar a organização de redes de atenção à saúde no Brasil.
Usuários com doenças crônicas, por exemplo, que precisam fazer uso prolongado e constante de medicamento, apresentam muitos problemas relacionados à adesão ao tratamento. Estudos demonstram que entre 40 e 60% das pessoas em tratamento não fazem uso dos medicamentos prescritos para determinada doença. Um serviço de distribuição e monitoramento adequado evita o abandono do tratamento.
Para auxiliar na administração e controle do uso de medicamento existe a assistência farmacêutica. Noêmia Tavares, coordenadora da Assistência Farmacêutica Básica do Ministério da Saúde, ressalta a importância deste atendimento. “O profissional farmacêutico faz parte da equipe de saúde no Sistema Único Saúde (SUS). Ele é fundamental na promoção do uso racional de medicamentos. Hoje, os usuários do SUS tem acesso a um conjunto de medicamentos na rede de atendimento e o farmacêutico é o profissional que tem o papel de orientação quanto ao uso correto”, disse.
Além dos componentes da assistência farmacêutica, o SUS também disponibiliza o Programa Farmácia Popular do Brasil, que ampliou o acesso de 112 medicamentos, com custos acessíveis, à população. O programa possui uma rede própria de farmácias populares e uma parceria com as farmácias e drogarias da rede privada, chamada “Aqui Tem Farmácia Popular”, onde são disponibilizados medicamentos e insumos na forma gratuita ou com preços reduzidos em relação ao mercado.
Para ter acesso aos produtos, o cidadão deve se dirigir a uma das farmácias e drogarias conveniadas ao programa e apresentar documento oficial com foto (no qual conste o seu número de CPF); a prescrição médica, no caso de medicamentos, laudo ou atestado médico com validade de 120 dias.
Fonte: Blog da Saúde
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