Estava morando em Recife uns 5 meses, quando meu punho direito começou a ficar dolorido do nada, apareceu um caroço do tamanho de um limão, super vermelho, ardido, quente; algo que nunca tinha sentido na vida. Fiquei assustada claro, busquei atendimento pelo SUS após um mês e consegui ser vista por um clínico que suspeitou que fosse reumatismo, passou exames e que eu procurasse um Reumatologista.
Eu não sabia o que era Reumatismo e tão pouco o que um Reumato fazia. Resolvi voltar pra casa em Maceió, morar com minha família porque com carinho a gente aguenta o tranco melhor. Voltei a maratona da busca por um Reumatologista pelo SUS. Passei por um que com seu olhar de raio-x diagnosticou que era joanete. É que nessa época além do “limão” no punho meus dedos começaram a ter barriguinhas nas falanges, a sorte que o profissional não passou medicação só compressas.
O tempo foi passando as dores aumentando, o sofrimento crescendo e sem entender ainda o que era tudo isso. Quando retornei à fila do SUS pra tentar um outro profissional. Eis que consigo, porém essa criatura parecia muito com um trator de esteira, vou te contar agora o porquê dessa comparação:
Enfim, chegou o dia da consulta após meses de espera. Ao entrar no consultório deparei com um senhor grisalho já que aparentava ser um bom ouvinte. Comecei a relatar o que estava sentindo, o que ouvi de outros profissionais e que gostaria muito de saber qual era a doença que eu tinha. Ele olhou as partes acometidas e foi na lata é Artrite Reumatoide.
Assustada questionei da origem, o que aconteceria e um montão de coisas. Prontamente ele respondeu que ainda não se sabia qual era a origem mesmo da AR, mas, que afetava todas as articulações era pra vida toda e que me acostumasse com a ideia.
Mas, não parou por aí. Ele acrescentou: “Numa escala de 10 pessoas, uma se cura, mas é muito raro isso, portanto esqueça. Outras vivem em cadeira de rodas, outras atrofiadas e outras vivem a vida toda sentindo dores e outras morrem logo.
Nessa hora estava tentando em qual dessas categorias que ele enumerou eu queria estar inserida. Fiquei em pânico! E meus sonhos? Meus projetos? Quanto tempo de vida me resta? Foram inúmeros questionamentos.
Pra fechar com chave de ouro ele disse: “Vou te passar um remédio que pode afetar sua visão, porém vai ser bom pra você.” Era pra mandar fazer em farmácia de manipulação. Recusei a receita dele e disse que ele prescrevesse pra quem ele quisesse que não iria tomar algo pra me prejudicar. Resultado fiquei sem tomar medicação apropriada por um bom tempo, um pouco mais de um ano.
Saí do consultório sem chão, sem ar, sem esperança, sem nada, apenas chorando muito. Quando mainha chegou do trabalho contei pra ela, que ficou indignada com a forma com que ele me deu a notícia.
Ah! Isso tudo aconteceu quando tinha 21 anos. Imagina um diagnóstico desse de fim de vida segundo o médico, pra alguém que tá na flor da idade, cheia de sonhos, planos?
Infelizmente alguns profissionais da área de saúde perde a delicadeza, empatia e compaixão. E nos enxerga apenas como um número a ser atendido naquele dia. Somos apenas mais um em sua lista. Após, essa abordagem tão incessível, continuei a longa rotina da busca por uma certeza do que realmente eu tinha, do que realmente eu iria enfrentar pela frente!
Graças a Deus tive o apoio da família, amigos e isso me ajuda até hoje. Claro que não foram todos os conhecidos, parentes que entenderam e sim os mais chegados. Contudo, isso vai ser uma conversa para outro momento.
Na próxima, o presente que encontrei em minha vida: um excelente profissional que possibilitou enxergar o amanhecer, após o diagnóstico. E você, guerreiro Artriteiro quando como foi seu primeiro contato com a AR? Conseguiu logo o diagnóstico? Tinha quantos anos nesse momento?
Há vida mesmo com a AR. Ana Cláudia!😙
Esse é o Depoimento da mais nova blogueira de AR Ana Claudia que iniciou o seu blog Diário de uma artriteira. Acesse e conheça mais a sua história!
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Pessoal, descobri há alguns meses que sou portadora dessa doença, mas graças a Deus e uma médica maravilhosa que me tirou de uma crise de cama ,em dois dias, depois disso tomo a medicação prescrita por ela , mas levo uma vida normal, dou aula , viajo , danço , enfim não sei o que é crise, esqueço que tenho esse problema, a cada três meses volto a minha médica, só tem um problema, ela só atende particular , é professora da Universidade e pesquisadora da AR!