Um estudo apresentado durante o EULAR 2014 revelou um aumento significativo do risco de ataque cardíaco em pacientes com Síndrome de Sjögren (SSJ), particularmente no primeiro ano após o diagnóstico. Há também uma tendência para um aumento do risco de acidente vascular cerebral.
“A Síndrome de Sjögren é uma doença inflamatória autoimune em que o sistema imunológico ataca as glândulas que segregam fluídos lubrificantes, tais como glândulas lacrimais e salivares. A inflamação dentro das glândulas reduz a produção de fluido fazendo com que os olhos fiquem secos, a boca fique seca, e, por vezes, haja secura também nas narinas, na garganta, na pele e na vagina. A Síndrome de Sjögren primária ocorre em pessoas sem nenhuma outra doença reumatológica. A Síndrome de Sjögren secundária ocorre em pessoas que têm outras doenças reumatológicas, na maioria das vezes, o lúpus eritematoso sistêmico (LES) e a artrite reumatoide (AR). A prevalência mundial da SSJ primária é estimada em cerca de 0,2% da população adulta. A doença afeta pelo menos nove vezes mais mulheres do que homens”, afirma o reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti, diretor do Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares (Iredo).
De acordo com os autores do estudo, é o estado inflamatório agudo da SSJ, particularmente no início da doença, o principal fator para o aumento do risco de ataques cardíacos e de acidentes vasculares cerebrais. “Este é o primeiro estudo geral de coorte de base populacional comparando o risco relativo de ataques cardíacos e derrames em pacientes recém-diagnosticados com SSJ. Anteriormente, os pesquisadores contavam apenas com dados limitados sobre os riscos relativos a este grupo específico de doentes”, diz o médico.
Os resultados apoiam o papel da inflamação na doença cardiovascular e a necessidade de uma maior monitorização para doença arterial coronariana em todos os pacientes com esta condição, além do gerenciamento e da modificação dos fatores de risco cardiovasculares para reduzir o risco de um futuro ataque cardíaco.
Em relação aos ataques cardíacos, dos 1.176 casos novos de SSJ, 28 tiveram uma ataque cardíaco, pela primeira vez, uma taxa de incidência de 7,7 por 1.000 pessoas-ano. Entre os 11.879 participantes controle que não tinham a doença, 138 tiveram um ataque cardíaco, uma taxa de incidência de 3,5 por 1.000 pessoas-ano. O risco de desenvolver um ataque cardíaco foi mais elevado no primeiro ano após o diagnóstico de SSJ (3,6 vezes) e persistiu até cinco anos após o diagnóstico inicial.
Os resultados para as coortes com AVC mostraram que, entre 1195 recém-diagnosticados com SSJ, 19 tiveram um AVC, pela primeira vez, uma taxa de incidência de 5,1 por 1.000 pessoas-ano. No grupo controle, das pessoas sem a doença, dentre 11.983 pessoas, 137 tiveram um AVC, uma taxa de incidência de 3,4 por 1.000 pessoas-ano.
Fonte: Iredo.com
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