A Associação Portuguesa de Profissionais de Saúde em Reumatologia (APPSReuma) vai avaliar o impacto das doenças reumáticas em Portugal, no âmbito de um simpósio que visa debater, entre outros assuntos, a importância da adesão à terapêutica.
A iniciativa, intitulada “Aderir para Tratar”, decorre no sábado, na Figueira da Foz, distrito de Coimbra, e reúne enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e nutricionistas, entre outros profissionais, que vão debater o impacto da fadiga intensa, alterações no sono, depressão e/ou ansiedade, situações menos conhecidas na vida dos doentes reumáticos, para além da dor e limitação funcional, mais prevalentes naqueles pacientes.
Em nota de imprensa, Ricardo Ferreira, vice-presidente da APPSReuma e vogal do Conselho Diretivo da Secção Regional Centro da Ordem dos Enfermeiros, afirma que um dos focos do evento “será debater o desenvolvimento de consultas de enfermagem para a pessoa com doença crônica, nas quais estes problemas podem ser debatidos”.
No texto, o responsável da associação assinala a importância da adesão à terapêutica na doença reumática “não só no que aos medicamentos diz respeito, mas também à prática de exercícios físicos adequados, nutrição, entre outros” e a promoção do autocuidado e gestão da doença crônica, “com ajuste nas atividades diárias, no trabalho, na relações com amigos e família”.
Por outro lado, Ricardo Ferreira defende que os enfermeiros “são os profissionais que melhor poderão intervir no educar sobre a doença e sobre a importância da adesão ao plano terapêutico”.
“Pode ser o elemento de interligação entre o doente e os outros profissionais: médicos (reumatologista, medicina geral e familiar, cardiologista), outros enfermeiros (de família, especialistas) e restantes profissionais de saúde.
“Contudo, verifica-se que a presença e preponderância dos enfermeiros nas consultas externas, no nosso país, é ainda incipiente. É necessário que todos, nomeadamente as instituições de saúde e o poder político, reconheçam a importância destes cuidados”, alega.
Afirma ainda existirem diversos estudos “que comprovam que os cuidados assentes neste modelo são mais efetivos e mais baratos”.
“Uma pessoa que tenha sido bem informada quanto à doença e ao seu tratamento, e que tenha um acompanhamento continuado, irá ter menos agudizações e complicações, faltar menos ao trabalho, ter melhor qualidade de vida, gastar menos recursos [ao Serviço Nacional de Saúde], desde internamentos a urgências e exames complementares de diagnóstico”, refere a APPSReuma.
Na nota, citando dados divulgados em 2011, no âmbito do primeiro estudo nacional em reumatologia, que envolveu a realização de mais de 10 mil inquéritos em Portugal, a associação frisa que 56 por cento dos portugueses possuem pelo menos uma doença reumática e que três em cada 10 pessoas desconhece que tem a doença, uma das doenças crônicas “que mais comprometem a qualidade de vida das pessoas”.
Fonte:Noticias ao Minuto
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