Pesquisadores de duas universidades de Uberaba avaliaram os efeitos do passe espírita em pacientes internados em hospitais. As pesquisas foram feitas por médicos, estudantes de medicina, profissionais da área da saúde e voluntários de centros espíritas da cidade. Depois de três anos de estudo, o grupo chegou à conclusão de que a prática é considerada uma terapia complementar à medicina convencional.
A pesquisa consistiu em doação de passes em pacientes internados em diversos hospitais da cidade. Todo o processo foi feito com a autorização dos pacientes, que receberam a bênção espírita, além dos familiares.
Segundo a pesquisadora e diretora da Associação Médico Espírita, Élida Mara Carneiro, após três anos de estudo, os resultados foram surpreendentes.
“Nosso objetivo principal é comprovar cientificamente os efeitos do passe espírita na saúde dos indivíduos, tanto recém-nascidos como em adultos. Nós tivemos como resultados nos recém-nascidos uma diminuição da frequência respiratória, um aumento das células de defesa, dos linfócitos, das plaquetas, ou seja, uma alteração na resposta hematológica, inclusive diminuiu as complicações e o tempo de internação dos recém-nascidos”, explicou a pesquisadora.
O trabalho científico deverá ser publicado em breve em uma revista internacional da área médica. Uma das pesquisas já foi publicada, no fim de agosto, numa revista americana especializada.
A pesquisa
Ao todo, 81 pacientes foram convidados a participar da pesquisa, sendo que nove se recusaram a receber a bênção espírita. A aceitação do passe foi de quase 90%.
O estudo avaliou os efeitos do passe, levando em consideração fatores psicológicos, como ansiedade, depressão e sensação de bem-estar, além de fatores fisiológicos, como a intensidade da dor, tensão muscular e frequência cardíaca.
Uma das etapas do estudo científico foi feito na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM). Antes de dar o passe, as voluntárias passam por um ritual de preparação, entoando cantos e fazendo a higienização necessária antes de se aproximarem dos bebês internados.
Segundo a pesquisa, os recém-nascidos internados na UTI que receberam o passe ganharam alta, em média, sete dias antes dos bebês que não foram submetidos à terapia espiritual e tinham problemas semelhantes.
Segundo Élida Carneiro, nos adultos, os resultados também surpreenderam. “Os efeitos tanto em adultos internados na enfermaria da clínica médica, quanto nos cardiopatas foram muito similares. Houve redução da ansiedade, da tensão muscular, da depressão e aumento da sensação de bem estar. Ainda houve uma alteração importante nos cardiopatas que foi o aumento da oxigenação periférica”, completou.
A médica delegada do Conselho Regional de Medicina (CRM) em Uberaba, Fabiana Prado Nogueira, explicou o que a sociedade médica, em geral, acha do passe espírita. “Pode ser considerada uma terapia complementar, mas não existe nada comprovado ainda. A espiritualidade vem sendo amplamente estudada no campo científico. As pesquisas cientificas que abordam a espiritualidade têm os mesmos padrões de outras pesquisas, com orientações e descrição de quem está sendo analisado, mas ainda não há nada de concreto sobre esses estudos”, contou a médica.
Transmissão de energia
Na doutrina espírita, o passe é uma transferência de energia imposta pelas mãos dos médiuns sobre a cabeça das pessoas. Para dar o passe, é preciso estar bem de saúde física e em equilíbrio espiritual. Segundo o médium passista, Vanderlei Thobias, o passe espírita é magnético, e o médium é o mediador da energia.
“Todos nós temos magnetismos e o passe espírita é magnético. Nós temos energia e sabemos que temos quando fazemos eletrocardiograma, eletrocefalograma. Então nós temos eletricidade em nosso corpo e é essa transposição de energia que a gente faz para a pessoa que está tomando passe naquele momento”, contou Thobias.
Fonte: Jornal Floripa
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