Com o objetivo de regularizar a distribuição de remédios de alto custo à população, as duas farmácias da rede pública de saúde do DF, especializadas nesse tipo de medicamento, vão funcionar com horário ampliado (das 7 às 19 horas), de segunda-feira (26) a sábado (31). Os servidores daquelas unidades instaladas uma na Asa Sul (Estação 102 do Metrô, subsolo) e a outra em Ceilândia (EQNM 18/20, Praça do Cidadão), estavam em greve desde o dia 8 de outubro.
Justiça
Por determinação judicial a farmácia de alto custo, localizada na Estação 102, foi reaberta neste domingo (25) para atendimento dos cerca de 6 mil pacientes que, durante o período de paralização, ficaram sem receber os medicamentos. A partir desta segunda-feira (26) até a próxima sexta-feira (30), as duas farmácias vão funcionar de 7 às 19 horas.
Segundo uma fonte da Secretaria de Saúde, o atendimento se dará da seguinte forma: na segunda-feira será dada a preferência a pacientes que tenham as iniciais de A à D; na terça-feira de E até I; já na quarta-feira será a vez dos pacientes de J à L; na quinta-feira o atendimento será de M até a letra O; e na sexta-feira pacientes com as iniciais de P a Z. Ainda assim, de acordo com a fonte da farmácia de alto custo, pessoas que tenham iniciais diferentes das que tenham preferência no dia, não deixaram de ser atendidas nos postos de entrega.
As pessoas que estão com medicação atrasada precisam buscar até o dia 31 de outubro, já que a medicação desse mês não será entregue no mês seguinte. Em novembro será repassado apenas a dose referente aquele mês.
Prejuízo
A greve prejudicou e ameaçou a saúde de milhares de pacientes que dependem dos medicamentos para 83 tipos de transtornos diferentes, entre eles mentais, ósseos, renais e respiratórios.
Este é o caso da professora aposentada Maria da Glória Santana, 74 anos, que há 8 anos precisa de medicamento para hipercolesteronemia. “Como a medicação está atrasada desde o início do mês e eu tenho que comprar diversos outros remédios para outros problemas que tenho, eu estou tendo que controlar o consumo de massas e doces. Sou aposentada e não tenho como comprar cada uma das caixas desse remédio, que custa em média R$ 140”, lamenta a professora, que chora ao lembrar que os problemas financeiros a levaram a cancelar seu plano de saúde.
A monitora Núbia Nara da Silva, 38 anos, temia pela saúde de seu filho de 6 anos que precisa tomar remédios contra a rejeição de um fígado transplantado quando ainda tinha um ano de idade.
“Sempre temos uma caixa de reserva, mas se chegássemos ao dia 31 sem que a farmácia estivesse sido aberta ficaríamos sem. Pois, é necessária a renovação do cadastro, o que não estava sendo feita”, afirma a monitora.
Núbia conta que cada uma das caixas do remédio de seu filho custa em média R$ 1 mil, e ela não teria como comprar o medicamento. Por isso, mesmo durante a greve, ela foi mais de uma vez até a Estação 102 para tentar sensibilizar os servidores, mas em vão.
“Sempre que eu vinha não conseguia senha. Eles estavam distribuindo apenas 50 senhas, mas quando eu chegava tinha pelo menos 150 pessoas na minha frente. Muitas delas dormiam aqui de um dia para o outro”, lamentou Núbia Nara.
Movimento
Maria da Glória e Núbia foram algumas das “poucas pessoas”, como nos informaram os funcionários, que compareceram à farmácia de alto-custo neste domingo. A expectativa é que apenas na segunda-feira o movimento já alcance a marca de mil pessoas.
“Esse é o ônus da nossa paralisação, mas temos que arcar com isso, pois estamos no nosso direito de reivindicar por nossos salários, como outras categorias estão fazendo também”, afirmou uma funcionária da farmácia .
Fonte: Fato Online
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