Ana Beatriz Barra, nefrologista, doutora pela Universidade Federal Fluminense e gerente médica da Fresenius Medical Care
Rodrigo Sarlo, nefrologista, doutor pela Coppead/UFRJ e consultor a da Fresenius Medical Care
Uma palavra usual da medicina tornou-se mais do que falada por conta da pandemia do coronavírus, caindo no conhecimento da população: comorbidade. E refere-se a duas ou mais doenças em um mesmo indivíduo. Normalmente, uma nova doença se desenvolve porque já existia a anterior. Muitas vezes, é o que ocorre com a doença renal, que pode surgir após a diabetes ou a hipertensão. Ao longo de anos ou décadas, essas comorbidades podem provocar danos em diversos órgãos, dentre eles o rim, sobretudo quando não são acompanhadas e tratadas adequadamente.
A doença renal crônica (DRC) é definida como qualquer alteração estrutural ou funcional do rim que persista por mais de três meses. A creatinina é utilizada como um marcador no sangue para identificação do estágio da doença. Então, um simples exame de sangue já pode mostrar que algo vai errado com os rins de um indivíduo.
A perda de função renal pode ser leve, moderada ou avançada, também chamada de falência real. Nos casos avançados, a terapia renal substitutiva é necessária para a sobrevivência dos pacientes e as três principais opções disponíveis são: hemodiálise, diálise peritoneal e transplante. Eventualmente a paliação é a melhor opção e pode ser uma decisão conjunta das famílias e profissionais de saúde.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a DRC já pode ser considerada epidêmica, visto que um a cada dez adultos pode ter algum grau de disfunção renal. Alguns estudos reportam prevalência próxima de 15% em populações de países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil.
Assim, para chamar atenção global para a necessidade de cuidado com os rins, foi instituído em 2006 o Dia Mundial do Rim. A campanha foi idealizada pela International Society of Nephrology (ISN) e é coordenada no Brasil pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). Esse ano, será no dia 10 de março e vai focar justamente na educação sobre a doença renal em todos os setores de saúde: comunidades, profissionais de saúde e formuladores em saúde pública.
Há muito o que se aprender sobre saúde renal a fim de prevenir a doença, que muitas vezes é silenciosa. Também é possível melhorar a qualidade de vida dos pacientes portadores de doença renal através de educação e conscientização sobre o manejo da doença renal, dos sintomas e a participação do paciente através do seu empoderamento. É importante envolvê-lo em processos decisórios sobre o tratamento, além de estimular o desenvolvimento de habilidades para o autocuidado.
O foco no paciente e sua família é muito importante para promover maior participação e integração do paciente e seus entes queridos com o nefrologista e a equipe de cuidado multiprofissional. Esse processo visa dar atenção individualizada para os pacientes, buscando identificar sintomas mais importantes, e consequentemente o suporte à doença.
Mesmo no contexto de uma doença renal avançada, quando os rins param de funcionar de vez, o entendimento e a participação do paciente no seu tratamento são fundamentais. O desafio de enfrentar esta fase da doença passa por medos e angústias, sobretudo quando ocorre dependência de uma terapia para viver, como a hemodiálise.
No entanto, um diálogo adequado entre todos os envolvidos, como pacientes e famílias, médicos e todas as equipes de saúde pode contribuir para um “ressignificado”, dependendo de como cada paciente lida com seu poder de transformação ao iniciar esta nova jornada. E que nada mais é do que a grande chance de continuar vivendo mesmo sem os rins e sendo protagonista da própria história.
É muito importante que os pacientes saibam também que o desenvolvimento tecnológico e o conhecimento vêm trazendo melhorias na qualidade da diálise, com novas terapias, como a hemodiafiltração online e, portanto, mais opções para os pacientes viverem mais e melhor. Nossa meta é criar um futuro que vale a pena viver para todos os pacientes com doenças renais, mas especialmente para aqueles que dependem da diálise para viver.
Sobre a Fresenius Medical Care
A Fresenius Medical Care é a fornecedora líder mundial de produtos e serviços para pessoas com doenças renais, dos quais cerca de 3,7 milhões de pacientes, em todo o mundo, se submetem regularmente a tratamento de diálise. Por meio de sua rede de mais de 4.100 clínicas, a Fresenius Medical Care oferece tratamentos de diálise para aproximadamente 346 mil pacientes no mundo todo. A Fresenius Medical Care também é a empresa líder em fornecimento de produtos para diálise, como máquinas de diálise e dialisadores. Juntamente com seu negócio principal, o Renal Care Continuum, a empresa foca sua expansão em áreas complementares e na área de cuidados intensivos. A Fresenius Medical Care está listada na lista da Bolsa de Valores de Frankfurt (FME) e da Bolsa de Valores de New York (FMS).
Para obter mais informações, visite o site da empresa neste link.
Descubra mais sobre Artrite Reumatoide
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.