Comecei a sentir dores articulares e cansaço em abril de 2011. Passava pelo ortopedista e não dava nada em minhas radiografias, saí da clinica arrasada. Como era possível uma ex-atleta saudável sentir dor e nada ser. Como faço estagio em direito, um dia, voltando do fórum, percebi que o peso dos processos que carregava nas mãos me incomodava e quando sentava em algum lugar baixo, chão, por exemplo, não conseguia levantar sozinha, só com ajuda de alguém. As pessoas achavam que eu estava ficando preguiçosa pois comecei a reclamar constantemente de dor e cansaço.
Passei novamente no meu ortopedista, depois de 3 meses com essas dores, ele me encaminhou para um reumatologista pois o meu dedão da mão esquerda estava com um nódulo reumatoide (que eu só descobri o que era com o meu atual médico). Comecei uma série de exames, foi quando o meu reumatologista me disse o diagnostico da doença. Não vou mentir, quis morrer com a notícia!
Após meses de tratamento a base de Cortisona, Metrotexato de Sódio e muito paracetamol para as dores, nada adiantava. Me afastei do serviço que eu tanto lutei para conseguir, me afastei da faculdade que eu amo, dos meus amigos, foi muito triste. Acordava todas as noites com muitas dores. Meu namorado se mudou para a minha casa para ajudar a minha mãe à cuidar de mim. Me levantava, me dava banho, me dava comida, era humilhante para mim, ter que depender da bondade dos outros. Me colocava no lugar da minha mãe do meu namorado. Achava que eles não iam aguentar o meu sofrimento, perguntava todos os dias à minha mãe porque Deus tinha feito aquilo comigo, porque eu não conseguia levantar da cama para ir no banheiro. Achava que meu namorado, depois de 7 anos juntos, ia me largar para ficar com alguém “normal”.
Em março desse ano, meu fígado não aguentou. Fui internada por conta da medicação, passei 18 dias no hospital e o médico me diagnosticou com hepatite medicamentosa, teria que mudar a medicação mais uma vez. Passei novamente no meu reumatologia, foi quando ele me deu uma esperança, começaria um novo tratamento à base de Medicamento Biológico por Anticorpo Anti-TNF chamado Adalimumabe e diminuiria o Cortisona. Estou tomando as injeções fornecidas pelo SUS à 5 meses e não sinto mais as mesmas dores, estou em remissão da doença.
Claro que muita coisa mudou, por exemplo, subir escadas rápido, correr, sentar no chão, meu médico falou que por enquanto ainda não dá por conta do cortisona mas já já conseguirei, tenho Fé em Deus. Com o Cortisona adquiri estrias, queda de cabelo, sobrepeso, com as injeções o meu humor é muito variável, mas a qualidade de vida melhora muito o que para mim, é o mais importante.
Não sei o porque da doença, nem a Medicina sabe como ela aparece, mas acredito que ela veio para mim como um teste, o quanto eu amava à Deus, aos meus maiores amores (mãe, namorido, amigos e familia) e a minha vida. E acho que dei a resposta que Deus esperava, eu amo incondicionalmente, voltei a viver! Já estou indo para a faculdade sozinha, me formo em Direito esse ano, volto a trabalhar em Outubro, já consigo passear no shopping com o namorido.
Por favor, se você se identificou com a minha história ou se ainda não passou por isso, por favor, não se abata, tenha fé! Não se isole, peça ajuda, procure ajuda. Para mim também foi difícil mas passou, não me importo se hoje não consigo mais andar de salto, tem tanto sapato baixo e lindo. Se meus cabelos caírem eles crescem, se engordei, continuo a mesma pessoa de sempre, gorda ou não, E HOJE, com muito mais força com certeza.
Meu nome é Marystella Carfer, tenho 23 anos, sou de São Vicente-SP e a exatamente 1 ano e 2 meses descobri ser portadora de AR soro negativa.
“Dor Compartilhada é Dor Diminuída”, conte a sua história e entenda que ao escrever praticamos uma autoterapia e sua história pode ajudar alguém a viver melhor com a doença!
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