Hoje percebo que, talvez eu já havia apresentando sintomas desde a infância, lembro-me de sentir fortes dores articulares e cansaço. Nunca fui ao médico por isto.Cresci e a vida seguiu, sempre com dores, ora com febre por dores de garganta,ora com mal estar por resfriados, mas a vida segue. Comecei a trabalhar na área da saúde em 1986 e por ter acesso e conhecimento de medicações sempre fiz uso de analgésicos e anti-inflamatórios, trabalhei muito e a maioria das vezes em jornadas duplas.
Tive momentos de exaustão e por isto me afastava do trabalho, sai do ramo hospitalar e fui para saúde publica (Posto de Saúde) em 1998, era bem mais tranquilo, embora geralmente os lugares são de difícil acesso, meu sofrimento maior era quando uma vez na semana fazíamos visitas domiciliares. Mas tudo bem. Em 2008 comecei a ter fortes dores nos pés e tornozelos, uma sudorese absurda e constrangedora, tinha calafrios ao entardecer. Tive alguns diagnósticos como climatério, tuberculose, anemia, depressão. Consultei com clinico, e pneumo, fiz tisiologia e fiz exames de mantoux que deu alterado mas não era tuberculose pulmonar. Então fui na emergência de um grande hospital, consultei com o reumatologista que me pediu alguns exames, que de cara estavam alterados, me receitou medicamentos para dor, contenções para os tornozelos e ficou assim.
Continuei trabalhando. Em 2009 passei alguns dias de cama, não tinha coragem de sair de casa, quando retornei continuava me sentindo muito mal, não levei atestados, estava completamente desmotivada, então fui demitida. Voltei para minha caverna. Não tinha ânimo, só queria ficar em casa. Até que finalmente alguém conseguiu me enxergar e ver realmente que eu estava precisando de ajuda. Me levaram ao médico iniciei antidepressivos e questionaram judicialmente minha demissão. E a partir daí eu nunca mais consegui voltar as minhas funções plenas, vivo momentos alternados quando estou bem, sou poderosa, faço entrevistas de emprego, trabalho até o momento em que vem as crises dolorosas e fujo tipo um lobisomem por vergonha de ser vista como alguém preguiçosa ou alguém que faz corpo mole. As vezes não estamos aptas para trabalhar, mas também ainda não estamos tão destruídas para usufruir de uma aposentadoria por invalidez. Estou novamente jogando a toalha.
Me chamo Neura Regina Gil dos Santos, tenho 55 anos, convivo com artrite reumatoide há 7 anos, sou técnica em enfermagem, moro em Porto Alegre – RS.
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