Meu nome é Thaís, hoje conhecida como Tatá Fitness. Parece contraditório uma pessoa ser chamada de fitness com diagnostico de artrite reumatoide, porém é apenas amor pelo esporte e muita vontade de vencer. Aos 3 anos fui diagnosticada com a doença no joelho direito. Lógico que não lembro muita coisa. Porém meus pais relatam que principalmente ao acordar eu tinha muita rigidez e portanto diversas vezes meu pai me pegava na cama e me colocava no sol para que fosse esquentando. Durante os períodos de crise eles contam que eu me arrastava. Durante a fase escolar algumas vezes meu pai tinha que me levar no colo até a sala de aula. Depois de diversos exames recebi esse diagnostico e o médico mostrou dois caminhos para meus pais. A primeira opção era tomar corticoide, iria resolver rápido porém seria muito agressivo. A segunda opção e escolhida foi o uso de anti-inflamatório a longo prazo acompanhado de fisioterapia. Então assim segui minha vida e tive uma infância muito ativa, pois desde nova despertei o prazer pelo esporte.
Acho que isso me ajudou muito. Porém no 1º ano do ensino médio voltei a ter fortes crises no joelho direito, acompanhado de muito edema. Assim fui a um especialista em joelho e tive que operar o menisco. Na cirurgia o médico percebeu muita inflamação e aproveitou para fazer uma raspagem. Feito a cirurgia, ele me encaminhou a um reumatologista e falou da importância do tratamento. Fui a uma médica e não gostei da ideia de tomar corticoides. Portanto contra a decisão da médica, dos meus pais, avós, etc., não fiz o tratamento. Segui por mais um tempo bem, mas sempre com algumas crises e retirando liquido do joelho em algumas vezes.
Durante todo esse tempo sempre fiz musculação, ciclismo, futebol e fisioterapia. Até que conheci a corrida e me apaixonei. Foram 2 anos intensos e com alguns pódios nesse esporte, o que me estimulava ainda mais. Porém, chegou em um momento que o joelho não aguentou. Eu tirava liquido e dois dias depois já estava correndo novamente, acho que isso me prejudicou ainda mais. Foi aí que fui em outra reumatologista e ela me proibiu de correr, mas mesmo assim ainda insisti e me ferrei, então parei de correr de vez.
Bom, essa reumatologista me passou o metotrexato e fiz o uso por 8 meses. Durante esses 8 meses tive uma melhora muito significativa. Eu praticava natação, musculação, treinamento funcional, pilates e canoagem. Mas o enjoo se tornou insuportável e eu muito teimosa, parei o medicamento. Sobrevivi mais um período, coisa de 1 ano. E o final da história todos sabem né? Voltei a ter fortes crises. Tirei liquido novamente do joelho e no dia seguinte já estava inchado novamente. Voltei na minha médica e levei aquela bronca. Mas quando voltei, já estava com dor no joelho esquerdo e também na região da sacro-ilíaca. Então minha médica pediu alguns exames e infelizmente descobri que a atrite havia passado para mais duas articulações. Há três semanas comecei um medicamento novo chamado etanercepte, porém sinto uma queimação muito forte com esse remédio no momento da aplicação, meu organismo não aceitou e a médica acabou de suspender. Agora tenho que aguardar o próximo remédio.
Hoje eu trabalho, estudo, não pratico esporte há alguns meses porque estou saindo das fortes crises. Dificuldade para algumas coisas do dia a dia como: Subir escada, agachar ou ter que andar rápido e longe. A mensagem que deixo é que nunca devemos desistir. O esporte me trás o legado de que nós não merecemos desistir de nós mesmos. Somos fortes e não sabemos! É claro que eu já tive momentos depressivos por não poder correr, mas existem coisas piores e doenças piores. Tenho certeza que um tetraplégico preferia poder andar mesmo com artrite. Então toda vez que eu fico triste penso nisso! Minha grande inspiração é Carol Barcellos e Laís Souza! Carol pela força que teve durante os desafios do planeta extremo e Laís pela força todos os dias. Ambas me deixaram a mensagem: Não desista! Inclusive tive a sorte de encontrar com as duas!
Me chamo Thaís Carvalho, tenho 24 anos, convivo com a AIJ há 21 anos, sou diretora de cultura e eventos, moro em Areal – RJ.
“Dor Compartilhada é Dor Diminuída“, conte a sua história e entenda que ao escrever praticamos uma autoterapia e sua história pode ajudar alguém a viver melhor com a doença!
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