Moradores estão enfrentando problemas na retirada de alguns medicamentos no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) do Governo do Estado em Santos, no litoral de São Paulo. Ao g1, eles reclamaram da falta dos remédios e da incerteza de quando estarão disponíveis.
Uma dona de casa, que preferiu não se identificar, contou que o marido faz uso do Infliximabe para tratar a doença de Crohn. Segundo ela, o agendamento para retirada do medicamento no AME estava marcado para 5 de novembro, mas a unidade informou que o item está em falta, e que não há previsão para chegada.
Para o tratamento da doença, ele usa três ampolas do medicamento a cada dois meses. De acordo com ela, não é a primeira vez que o remédio falta. “Me sinto totalmente desamparada. Eles simplesmente falam que não tem. É um remédio que, se custasse entre R$ 100 e R$ 200, a gente tentava comprar, mas no valor que é, fica inviável. Espero que não demore e não falte mais, também”.
O medo da moradora é de que o marido volte a ter os sintomas que teve há 11 anos. “Graças a Deus, está em remissão a doença, mas a nossa preocupação é de que realmente a doença volte [a apresentar os sintomas]. É complicado passar por toda aquela situação de novo. A gente fica desamparado, não tem a quem recorrer. Os impostos que a gente paga, não temos o retorno”.
Para Andreia, a falta de medicamentos no AME é um descaso com os pacientes e familiares. “É bem triste. Pagamos impostos, [meu pai] trabalhou tanto, contribuiu, e hoje precisa de medicamentos e está em falta”.
O que diz o governo
Em nota, o Governo do Estado de São Paulo informou que o Ministério da Saúde é o responsável pela aquisição e distribuição do medicamento Infliximabe aos estados, e que a Secretaria de Estado de Saúde apenas redistribui o medicamento às farmácias, à medida em que os lotes chegam a São Paulo.
Ainda de acordo com o estado, no 4º trimestre, foram solicitadas ao órgão federal 32,8 mil unidades desse medicamento para os pacientes. Destas, 26,8 mil foram aprovadas e apenas 6,9 mil foram distribuídas ao Estado de São Paulo, o que representa 21,1% do solicitado. Os itens recebidos já foram distribuídos às Farmácias de Medicamentos Especializados (FMEs), e a pasta aguarda novas remessas.
Em relação ao Noripurum injetável, o Governo do Estado informou que está em fase de compra, com previsão de conclusão ainda na primeira quinzena de novembro. Anteriormente, os pregões do processo foram fracassados devido à falta de matéria-prima para produção do medicamento, conforme sinalizado por fornecedores. Tão logo concluída a aquisição, os pacientes que necessitam do medicamento serão avisados sobre a disponibilidade de retirada.
Procurado pelo g1, o Ministério da Saúde não deu retorno até a última atualização desta reportagem
Fonte: g1 – Santos e Região
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