Em 2023 houve aumento de 30% no número de casos prováveis de dengue em comparação com o mesmo período de 2022. Mobilização alerta para sintomas e formas de prevenção
A secretária do Ministério da Saúde explicou que estudos científicos estão sendo usados para entender que os problemas não são os mesmos, portanto, as soluções precisam ser diferentes, com novas tecnologias. “Esse tema parece esquecido, algo que ninguém está falando, principalmente depois de uma pandemia, onde as pessoas estão cansadas de se preocupar com tantos riscos à saúde, mas a gente precisa lembrar que, infelizmente, temos essas três doenças que estão levando ao óbito no Brasil. Nossas ações estão sendo pensadas e direcionadas”, acrescentou.
Foi instalado, em março deste ano, o Centro de Operações de Emergência (COE Arboviroses) para maior monitoramento do cenário epidemiológico e das diferentes realidades em cada estado. Desde então, oito estados já receberam visitas de campo da equipe do COE – Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Tocantins, Espírito Santo, São Paulo, Santa Catarina e Bahia – para auxiliar na estratégia local. O Ministério da Saúde atuou, ainda, na distribuição de larvicidas e envio de mais de 300 mil kits laboratoriais para o diagnóstico da doença.
Atualmente a Pasta disponibiliza quatro tipos de insumos para o controle vetorial do Aedes. Em 2023, foram investidos mais de R$ 84 milhões na compra desses produtos. Popularmente conhecido como fumacê – um dos inseticidas usado no controle do mosquito na forma adulta – será distribuído nas próximas semanas após atraso no fornecimento causado por problemas na aquisição pela gestão passada. A expectativa é que o Ministério da Saúde receba cerca de 275 mil litros do produto neste mês, normalizando o envio aos estados e Distrito Federal.
O COE é composto por técnicos de secretarias do Ministério da Saúde, além da Anvisa, Fiocruz, IEC, Organização Pan-Americana de Saúde, CONASS e Conasems. A medida permitiu análise minuciosa dos dados e das informações para subsidiar a tomada de decisão e definição de estratégias e ações adequadas e oportunas para o apoio aos estados e municípios para o enfrentamento dos casos.
Situação epidemiológica
Em 2023, até o final de abril, houve aumento de 30% no número de casos prováveis de dengue em comparação com o mesmo período de 2022 em todo Brasil. As ocorrências passaram de 690,8 mil casos, no ano passado, para 899,5 mil neste ano, com 333 óbitos confirmados. Fatores como a variação climática e aumento das chuvas no período em todo o país, o grande número de pessoas suscetíveis às doenças e a mudança na circulação de sorotipo do vírus são fatores que podem ter contribuído para esse crescimento. Os estados com maior incidência de dengue são: Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Acre e Rondônia.
Já em relação à chikungunya, no mesmo período, foram notificados 86,9 mil casos da doença, com taxa de incidência de 40,7 casos por 100 mil habitantes no país. Quando comparado com o mesmo período de 2022, ocorreu um aumento de 40%. Neste ano, foram 19 óbitos confirmados. As maiores incidências da doença estão no Tocantins, Minas Gerais, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul.
Em relação aos dados de Zika, até o final de abril, foram notificados 6,2 mil casos da doença, com taxa de incidência de 3 casos por 100 mil habitantes no país. Houve um aumento de 289% quando comparado ao mesmo período de 2022, quando 1,6 mil ocorrências da doença foram notificadas. Até o momento, não houve óbito por Zika.
Sintomas e prevenção
Os sintomas de dengue, chikungunya ou Zika são semelhantes. Eles incluem febre de início abrupto acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele, manchas vermelhas pelo corpo, além de náuseas, vômitos e dores abdominais.
A orientação do Ministério da Saúde é para que a população procure o serviço de saúde mais próximo de sua residência assim que surgirem os primeiros sintomas.
A prevenção é a melhor forma de combater a doença. Evitar acúmulo de inservíveis, não estocar pneus em áreas descobertas, não acumular água em lajes ou calhas, colocar areia nos vasos de planta e cobrir bem tonéis e caixas d’água, receber a visita do agente de saúde, são algumas iniciativas básicas. Todo local de água parada deve ser eliminado, pois é lá que o mosquito transmissor, o Aedes aegypti, coloca os seus ovos.
Painel com cenário atualizado
A partir desta quinta (4), o Ministério da Saúde disponibiliza um painel atualizado regularmente com os principais dados das arboviroses e a situação epidemiológica do país. Na ferramenta, é possível filtrar as informações por estado e por tipo de doença, além de recomendações sobre sintomas e formas de prevenção. O painel está disponível no portal do Ministério da Saúde, no endereço gov.br/saude.
Clique para acessar a apresentação de Power Point com dados detalhados
Fonte: Ministério da Saúde/CONASS.
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