Desde criança sempre gostei de desenhar. Fazer artes em geral, adorava as aulas de educação física e até cheguei a fazer atletismo. Aos 24 anos estava trabalhando com o que sempre sonhei. Era uma ilustradora em um estúdio bom e fazia faculdade de design. Mas sempre tinha tendinite. Pelo menos era o que eu achava, depois de várias idas e vindas do ortopedista e várias fisioterapias, na segunda vez que uma fisioterapeuta me disse para ir a um reumatologista, finalmente marquei.
Depois dos exames, a conclusão: eu tinha realmente AR. Meu mundo foi desabando aos poucos. Na faculdade não conseguia fazer as tarefas, no trabalho não conseguia ir de tanta dor que sentia. Cheguei a sair de cinco empregos diferentes durante os anos seguintes por não aguentar o olhar de desconfiança dos outros funcionários. Em alguns casos cheguei a voltar a trabalhar como freelancer por gostarem muito do meu trabalho. Tive e tenho depressão e crises de ansiedade que me atrapalham muito.
Desisti do meu sonho. Vi o tempo parar, não conseguia me animar nem para sair. Sentia dor e me revoltava por não ter conseguido seguir o que sempre quis. A família que dizia entender, na primeira oportunidade falava o quão preguiçosa era. Graças a minha reumato, alguns amigos e o grupo EncontrAR consegui aceitar a doença. Fiz o possível para melhorar. Tomei os remédios recomendados e fui procurar alguma atividade física.
Hoje, após praticamente 9 anos de AR, estou em remissão. Me formei na faculdade de design. Fiz técnico de contabilidade e estou na faculdade de têxtil e moda atualmente. Faço pole dance, que me ajudou muito a fortalecer os meus braços e voltei a desenhar. Não posso ficar horas desenhando como antes, tenho um pouco de limitação nesse sentido. Mas aprendi muito, as dores que senti no começo da atividade física me deixavam feliz. Pode parecer estranho, mas eu sabia que a dor que eu estava sentindo era muscular por estar a muito tempo parada e não por causa da AR.
Aprendi a me reencontrar, recomeçar, repensar em tudo que consigo fazer. Essa doença não vai me destruir. Não posso deixar acontecer, mesmo que as vezes ela pareça querer voltar. Desculpem pelo texto enorme. Mas quis desabafar um pouco pelo que passei, mesmo sendo um pouco confuso. Não deixe ninguém falar que você não é capaz. Sempre tentem melhorar. Vocês vão conseguir, por mais desafiador que seja. Na foto sou eu no pole dance e as ilustrações e biscuit que fiz atualmente. Espero poder inspirar a tentar. Por mais que pareça que já não tem forças para seguir e conseguir voltar a sonhar.
Me chamo Cynthia Sayuri Adaniya, de São Paulo.
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