No Brasil, cerca de 30% da população sofre com dor crônica, segundo a Sociedade Brasileira de Estudos da Dor. A intensidade varia caso a caso, mas, o fato é que quem possui artrite, lúpus, artrose e fibromialgia precisa ter cuidados redobrados, especialmente no inverno, para que as dores não aumentem. O médico reumatologista do Super Dr. Saúde Integrada, em Ponta Grossa, Nathan Catolino listou as principais dicas para amenizar as queixas, assim como os sinais de alerta.
Conforme Catolino, os incômodos causados pelas dores articulares tendem a piorar em períodos frios pelo fato de as baixas temperaturas causarem maior contração muscular. “A contração causa pressão sobre a articulação, aumentando os incômodos nas extremidades mais expostas, como mãos, pés e joelhos”, destaca o médico.
De acordo com o reumatologista, para evitar os quadros acentuados de dor é necessário que as pessoas busquem se agasalhar corretamente, tomem banhos com água morna, façam exercícios físicos moderados regularmente e realizem massagens nos locais mais propensos à dor. “O aquecimento físico e alguns alongamentos são essenciais para aumentar a circulação sanguínea. Isso é importante não só para quem já possui alguma dor crônica, mas também para prevenir as dores articulares”, sustenta Catolino.
Segundo o médico, os pacientes que mais necessitam de atenção aos cuidados são os que possuem fibromialgia. Isso porque a síndrome faz com que as pessoas tenham maior sensibilidade às menores temperaturas. “O paciente com fibromialgia sente dores generalizadas em várias regiões do corpo. As alterações no sistema nervoso podem causar também alteração no humor e no sono. No caso das mudanças climáticas, as pessoas tendem a ser mais sensíveis por conta da tensão muscular e por isso sentem mais dores. Infelizmente, ainda não há cura para a síndrome, mas há controle”, afirma.
Artrite e artrose
A artrite e a artrose são algumas das dores crônicas mais comuns. A artrite é caracterizada pela inflamação de uma ou mais articulações, podendo causar dores e dificuldade nos movimentos. Uma das mais comuns é a artrite reumatoide, uma doença autoimune, que afeta várias articulações, incluindo as das mãos e pés. Existe também a artrite gotosa, conhecida popularmente como gota. Essa patologia acontece quando há acúmulo de cristais de ácido úrico nas articulações. A grande quantidade desses cristais causa as inflamações dolorosas. Nesse caso, a doença não é considerada autoimune.
A artrose também causa dor e dificulta os movimentos, porém, é caracterizada por afetar as cartilagens, que são os tecidos que protegem as articulações. A dor, nesse caso, é causada pelo atrito entre os ossos, ocasionado pelo desgaste da cartilagem. Essa patologia afeta principalmente as pessoas a partir de 40 anos. Os fatores causais geralmente envolvem envelhecimento, sobrepeso e sedentarismo. Conforme Catolino, a prevenção exige cuidados com alimentação, prática de exercícios físicos e controle do tabagismo.
Quando procurar o médico?
A indicação de Catolino é que as pessoas procurem o médico quando a dor for muito intensa e se prolongar por cerca de seis semanas. O reumatologista fará a avaliação para verificar as áreas do corpo que doem e fazer a observação correta para o melhor tratamento. Um sinal de alerta que o profissional pede atenção é a rigidez nas juntas ao acordar, por vários dias seguidos. Essa situação pode ser desencadeada pela artrite e precisa de cuidados para que a dor não se agrave.
Outra situação recorrente diz respeito às dores articulares entre os pacientes infectados com o Coronavírus. Catolino afirma que as infecções virais no geral tendem a causar dores nas articulações e piorar o quadro das pessoas que sofrem com dor crônica. No entanto, é necessário observar os sintomas persistentes após a recuperação da doença e, se necessário, procurar um reumatologista para a terapia. “Quando o período de infecção passa, ou seja, quando a pessoa não pode mais transmitir o vírus, e mesmo assim a dor persiste, o ideal é que se procure um médico, pois essas dores requerem um tratamento mais prolongado”, finaliza o médico.
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