Ontem, atendendo no consultório, uma paciente com Artrite Reumatoide (AR) me relatou que sua mãe, também portadora de AR, mas que não é atendida por mim, teve um efeito colateral com o metotrexato (MTX), precisando suspender tal medicação.
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Após me relatar o ocorrido com sua mãe, a paciente trouxe a seguinte demanda: “Acho que vou preferir medicina alternativa: homeopatia ou algo assim. Vou largar tudo (o tratamento)”.
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Para esta paciente, como estava em programação de gravidez e em remissão há poucos meses, decidimos, de maneira compartilhada, manter apenas a medicação biológica compatível com a gestação e suspendemos o MTX.
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Ela relatava, nesta última consulta, que estava com muito medo do tratamento e que tinha medo dos efeitos colaterais da medicação que estava em uso.
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Sim, o paciente tem o direito de optar pelo tratamento que acredita após receber informações sobre as possíveis consequências da sua decisão. Fiquei pensando… minha paciente teve a “coragem” de expressar este sentimento e sua preocupação.
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Mas e quando os pacientes não têm mesma “coragem”, param de usar medicamento A ou B e não nos comunicam? Por acreditar que estão em uso do tratamento, podemos tomar decisões como trocar medicação sem entender o real motivo.
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Não há evidências de que medicina alternativa (homeopatia, fitoterapia, etc.) possam substituir o tratamento de doenças autoimunes como a AR. Quando possível e caso não haja prejuízo ao paciente, o tratamento alternativo pode complementar o tratamento convencional, mas não substitui-lo.
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Como mensagem final, quando o medo lhe tomar, tenha a “coragem” de conversar com seu reumatologista. Uma boa relação médico-paciente é fundamental na jornada do paciente com doenças crônicas.
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#REPOST @drthiagoreumato
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