Três criminosos disfarçados e armados roubaram ontem medicamentos de alto custo do Hospital Estadual Mário Covas, localizado em Santo André. A ação aconteceu no início da madrugada, por volta das 0h30, e tinha como alvo específico remédios para o tratamento de oncologia, que acabaram não sendo levados. Mesmo assim, os indivíduos saíram com outras drogas, entre elas, remédios para tratamento hormonal. O crime foi presenciado por testemunhas e funcionários, mas ninguém saiu ferido.
O caso está sob investigação no 1º DP (Centro) de Santo André e, de acordo com o delegado titular, José Rosa Incerpi, o objetivo era a aquisição de medicamentos para oncologia, que tratam pessoas com câncer. O trio não teve êxito, uma vez que não foram localizados os medicamentos específicos. A Polícia Civil estima que a ação durou aproximadamente uma hora.
“Eles entraram e renderam funcionários pedindo que indicassem onde estavam os remédios. Eles já tinham uma lista de medicamentos (em mãos), mas muitos dos itens não constavam no setor de rotatividade que eles foram”, comentou.
A ação dos criminosos foi flagrada pelas câmeras de segurança do hospital. Porém, de acordo com o delegado, os acessórios de disfarce, como peruca, óculos e até um jaleco utilizado por profissionais de Saúde prejudicaram a identificação. Foi constatado que em torno de 20 volumes, todos em caixas de papelão, foram retirados do complexo hospitalar. “O que conseguimos foi flagrar a placa do automóvel, contudo, é preciso averiguar se é autêntica”, comentou.
A polícia ainda informou que espera por levantamento sobre os remédios e custos que foram levados pelos criminosos. “Há 14 anos, foi registrado um caso de crime similar a esse no Mário Covas. Os remédios oncológicos são muitos caros. Pode ser para uma comercialização em um mercado negro. Precisa ser apurado”, pontuou.
De acordo com o gerente de projetos e especialista em segurança do Grupo GR, Niv Yossef Steiman, os roubos de medicamentos lideram ações de criminosos em unidades de Saúde. “Muitas das vezes os profissionais que atuam nessas áreas estão mais atentos com os pacientes do que às movimentações internas e externas, o que abre margem para esses crimes”, ressalta.
Segundo a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, a ação dos criminosos não prejudicou o funcionamento da unidade. A Pasta destacou que a direção do Hospital Estadual Mário Covas “já fez boletim de ocorrência e está realizando inventário para contabilizar as medicações roubadas.”
Já a SSP (Secretaria de Segurança Pública) ressaltou que aguarda as imagens captadas por câmeras de segurança do hospital para identificar os autores do crime.
Usuários relatam demora no atendimento
Embora o atendimento na farmácia de alto custo do Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, não tenha sido interrompido, usuários que compareceram na unidade ontem relataram espera de até duas horas para retirar remédios.
“Toda vez é assim. Venho retirar o medicamento do meu pai (Atorvastatina 50mg) e fico aqui esperando a tarde toda. Hoje já estou aqui faz duas horas”, relata a dona de casa Dina Ferreira, 54 anos. No caso do desempregado Carlos Eduardo Rodrigues Afonso, 29, a situação foi pior. “Cheguei lá e eles informaram que não tinham meu remédio (Azatioprina 50mg), mas não detalharam quando vai ter”.
No mês passado, a Pasta anunciou que a partir de outubro irá adotar o fornecimento trimestral de medicamentos utilizados por pacientes diagnosticados com asma e dislipidemia como forma de amenizar as filas da unidade.
Fonte: Diário do Grande ABC
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