Dois remédios necessários para o tratamento da Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) estão em falta na Farmácia de Ato Custo, em Mato Grosso. Um dos remédios custa em torno de R$ 14 mil e, sem a medicação, o caso pode se agravar levando à hospitalização e até a realização de transplantes.
A Secretaria Estadual de Saúde não possui dados de quantas pessoas tem a doença em Mato Grosso, já que a notificação não é obrigatória.
As informações que constam no sistema são referentes às internações em decorrência da doença.
Em 2019, 36 pessoas foram hospitalizadas e no ano passado, 15.
O Azatioprina e o Rituximab são medicamentos que ajudam no controle dos sintomas da doença, mas estão em falta na farmácia. A Azatioprina custa em torno de R$ 14 mil e o Rituximab, R$300.
Em nota, a SES informou que já abriu processo de compra da Azatioprina e que os outros remédios que ajudam a controlar o Lúpus estão no estoque da farmácia de alto custo.
A estudante Meire Carla Koniski faz o uso de 9 comprimidos por dia entre medicações e vitaminas para tratar o Lúpus, mas com a falta, ela está sem tomar os dois medicamentos.
“A Azatioprina é uma caixa com 50 comprimidos, no meu caso eu tomo 90, então são praticamente duas caixinhas por mês. Já o Retucsimabe custa em torno de R$14 mil cada ampola”, contou.
De acordo com o médico reumatologista Luiz Sérgio Guedes, a falta dos medicamentos pode ocasionar na piora do quadro de saúde dessas pessoas, precisando até de transplantes.
“A falta da medicação leva esses pacientes a piorarem e precisarem de internação. Além de fazer exames, até diálise e entrando em filas de transplantes”, contou.
Segundo o Ministério da Saúde, Lúpus é uma doença inflamatória autoimune, que pode afetar múltiplos órgãos e tecidos, como pele, articulações, rins e cérebro. Em casos mais graves, se não tratada adequadamente, pode matar.
Doenças autoimunes são aquelas em que o sistema imunológico da pessoa ataca tecidos saudáveis do próprio corpo, por engano. As causas das doenças autoimunes ainda não são conhecidas.
O tratamento é feito a partir de medicações que apenas controlam os sintomas, melhorando a qualidade de vida da pessoa, porque, até o momento, a doença não tem cura. É diferenciado para cada caso, conforme os níveis de intensidade e agressividade da doença.
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