Doença autoimune atinge milhares de brasileiros e que não tem cura, apesar dos avanços no tratamento
Doença inflamatória autoimune, o Lúpus atinge milhares de brasileiros. Por isso, é importante conscientizar e fazer um alerta sobre a doença que ainda não tem cura, mas tem tratamento. A doença é resultante de um desequilíbrio do sistema imunológico, que leva a uma maior ação de citocinas pró-inflamatórias, que perpetuam o processo e agridem o organismo. E diante desse novo cenário de pandemia, existem inúmeras dúvidas sobre o impacto da COVID-19 em pacientes que sofrem com esse transtorno.
O reumatologista do Grupo Oncoclínicas no Espírito Santo Dr. Ruben Horst Duque explica que os pacientes com doenças crônicas, incluindo as doenças autoimunes como o Lúpus, são considerados grupos de risco e devem procurar seguir as orientações como o distanciamento social.
“As orientações são de uma forma geral as mesmas para toda a população: distanciamento social, evitar aglomerações, uso de máscaras, sem esquecer-se de higienizar as mãos com água e sabão ou álcool em gel. Além disso, as particularidades inerentes a cada paciente: não interromper o tratamento sem a devida orientação de seu médico-assistente e, em caso de sintomas infecciosos, sempre comunicar a equipe médica e evitar automedicação”, pontua Dr. Ruben.
O médico clínico do Grupo Oncoclínicas no Rio de Janeiro Dr. Marcelo Caldeira salienta que tão importante quanto a reforçar medidas de prevenção ao novo coronavírus é popularizar os sintomas do Lúpus a fim de aumentar os números de diagnósticos precoces: “Entre seus diversos sintomas estão febre, lesões na boca, ansiedade, Fadiga, mal-estar, lesões na pele que aparecem ou pioram quando expostas ao sol, dificuldade de respiração, dor no peito ao inspirar profundamente, dor de cabeça, desequilíbrio mental e perda de memória, linfonodos aumentados, além de dores nas articulações e músculos e inchaços e rígidos. Propagar esses sinais pode ajudar a minimizar o diagnóstico tardio e favorecer o tratamento desde o surgimento da doença, feito com medicamentos específicos e de acordo com cada caso, sempre sob orientação médica”, observa Caldeira.
Tratamento deve ser mantido
Um dos questionamentos mais recorrentes é se é possível adiar o tratamento durante esse momento delicado. Para o reumatologista, é preciso avaliar o “Risco versus Benefício”, além das evidências científicas, e isso é um processo dinâmico, avaliado em diversos cenários clínicos no dia a dia. Cada caso deve ser avaliado individualmente junto com o médico. “Se o paciente está com a doença grave e ativa no momento, o tratamento não deve ser interrompido. O benefício do tratamento supera os eventuais riscos na ausência de infecção ativa”, explica.
Durante o tratamento, para proteger pacientes e funcionários e clínicas do Grupo Oncoclínicas estão tomando inúmeras medidas de prevenção. “Temos o cuidado de ligar para os pacientes no dia anterior a consulta, interrogando aos mesmos sobre sintomas como febre, tosse, diarreia. Caso exista algum sintoma presente, o médico entra em contato por telefone ou mesmo via telemedicina, evitando a necessidade de deslocamento até a clínica. A telemedicina também tem sido sugerida aos demais pacientes, independente de sintomas gripais, como uma maneira de prevenir aglomerações nas salas de espera, e não deixar desassistido o paciente. Para casos pontuais que necessitam de consulta presencial, os horários estão mais espaçados”, diz.
Entre os medicamentos usados por pacientes com Lúpus estão a cloroquina e a hidroxicloroquina. Ambas ganharam destaque recentemente por serem uma possível aposta contra o coronavírus. A procura pelo remédio aumentou e fez até mesmo a substância sumir das prateleiras das farmácias. Dr. Ruben esclarece que pacientes com Lúpus que fazem uso desse medicamento não são resistentes ao vírus e não devem afrouxar as medidas de proteção. “De forma nenhuma. A hidroxicloroquina é um medicamento de suma importância para os pacientes com Lúpus, mas não confere proteção contra infecção de nenhum vírus, muito menos o novo coronavírus”, alerta.
Dr. Caldeira corrobora as orientações de Dr. Ruben: “O Lupus ainda é uma doença incurável. A cloroquina e a hidroxicloroquina são medicamentos para tratamento paliativo e vitais para a qualidade de vida do paciente com Lúpus. Ainda não há pesquisas que comprovem sua eficácia no combate ao COVID-19. Por isso, mesmo em contexto de pandemia do novo coronavírus, é crucial que o paciente mantenha seu tratamento, evitando graves complicações do Lúpus, como falência renal, pleurisia, vasculite (aumento no risco de sangramentos e inflamação dos vasos), inflamação do músculo cardíaco, elevando o risco de infarto, além de desequilíbrio de funções cerebrais, ocasionando desde dor de cabeça, tontura, mudanças de comportamento e alucinações, derrames cerebrais (AVC) e convulsões”, finaliza o médico clínico do Grupo Oncoclínicas no Rio de Janeiro.
Sobre o Grupo Oncoclínicas
Fundado em 2010, é o maior grupo especializado no tratamento do câncer na América Latina. Possui atuação em oncologia, radioterapia e hematologia em 11 estados brasileiros. Atualmente, conta com 68 unidades entre clínicas e parcerias hospitalares, que oferecem tratamento individualizado, baseado em atualização científica, e com foco na segurança e o conforto do paciente. Seu corpo clínico é composto por mais de 800 médicos, além das equipes multidisciplinares de apoio, que são responsáveis pelo cuidado integral dos pacientes. O Grupo Oncoclínicas conta ainda com parceira exclusiva no Brasil com o Dana-Farber Cancer Institute, um dos mais renomados centros de pesquisa e tratamento do câncer no mundo, afiliado à Harvard Medical School, em Boston, EUA.
Fonte: Segs Saúde.
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